13 de maio é prazo limite para privatizar Eletrobras, diz UBS BB
Para analista, jogar operação para o segundo semestre eleva riscos de a janela piorar ou se fechar
A Eletrobras tem até o dia 13 de maio deste ano para concluir a operação de venda de controle da União e assim não colocar a operação em risco ao deixar para o segundo semestre. A avaliação é do analista do UBS BB, Giuliano Ajeje, que participou hoje de painel de debate em evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O analista, que também é diretor do UBS BB, afirma que o prazo máximo apontado pelo mercado está relacionado à necessidade de cumprir algumas “regrinhas” para aproveitar o resultado financeiro da Eletrobras ainda do quarto trimestre do ano passado.
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Segundo ele, essas informações financeiras só poderão ser usadas até 134 dias depois do último dia do balanço (31 de dezembro). Como a contagem aponta para o dia 14 de maio, que é um sábado, a data-limite deve ser antecipada em um dia, para a sexta-feira.
A avaliação dos prazos foi feita durante o evento “Diálogo Público: Modelo de Capitalização da Eletrobras”, realizado na sede do tribunal.
Ajeje explicou que, antes do dia 13 de maio, três etapas deverão ser cumpridas. Isso inclui a mais desafiadora, que é a aprovação dos estudos pelo TCU. De acordo com o analista, as outras duas estão a cargo da própria companhia e programadas para ocorrer na segunda quinzena de abril. Uma delas é aprovação das contas e a outra é publicação do “Formulário 20F”, exigido pela SEC — órgão regulador do mercado de capitais nos EUA.
“No momento em que tiver essas três etapas concluídas, a Eletrobras publica o prospecto e sai para se mostrar para o mundo. Então, são essas as datas. Se a gente conseguir ter tudo até o dia 27 de abril, acho que a gente consegue fazer essa operação ser concluída até 13 de maio”, afirmou Ajeje.
Sobre o potencial interesse de investidores em adquirir participação da Eletrobras, o analista UBS BB afirmou que “a grande verdade é que está tudo mundo de olho”. No evento, os especialistas convergiram para o entendimento de que o interesse seria reduzido se a operação ficar para o segundo semestre.
“O mercado financeiro trabalha com janelas, e a janela que a gente tem hoje é muito positiva”, afirmou o analista do banco. Segundo ele, só em 2022 entraram cerca de R$ 66 bilhões de investimentos estrangeiros no país, tendência que ainda é observada.
Ele, contudo, fez um alerta: “A janela se fecha muito rápido. Então, quando a gente fala da possibilidade de jogar essa operação para o segundo semestre, começa a correr riscos de a janela piorar ou se fechar”, afirmou Ajeje.
“Vai ter calendário eleitoral, que de alguma forma pode criar riscos. A gente não sabe qual vai ser o desfecho da guerra da Rússia com a Ucrânia. Então, hoje a janela está aberta. Estar com a janela aberta agora significa finalizar a operação no dia 13 de maio”, completou.