Ação de Brumadinho contra Vale por perda de arrecadação vai a julgamento

Na ação, a prefeitura pede que a Vale faça a recomposição mensal de royalties no valor de R$ 3,7 milhões, até que seja finalizado o processo de reparação por danos individuais causados pelo rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão em 2019

Dividendos de Vale (VALE3) devem subir enquanto os de Gerdau (GGBR4) podem cair, avaliam analistas - Foto: Washington Alves/Reuters
Dividendos de Vale (VALE3) devem subir enquanto os de Gerdau (GGBR4) podem cair, avaliam analistas - Foto: Washington Alves/Reuters

Nesta quinta-feira (9), o juízo da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais julga ação indenizatória movida pela prefeitura de Brumadinho (MG) contra a Vale por perda de arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) — o royalty da mineração.

Na ação, a prefeitura pede que a Vale faça a recomposição mensal da Cfem no valor de R$ 3,7 milhões, até que seja finalizado o processo de reparação por danos individuais causados pelo rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, que matou 270 pessoas em 2019.

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De acordo com a prefeitura, a quantia equivale à média de arrecadação com a Cfem nos 12 meses que antecederam o rompimento da barragem. “Não se trata de mera interrupção normal da atividade por vontade da mineradora, mas da perda definitiva da chance de se implementar a exploração do potencial minerário no local da tragédia e sobre o qual o Município teria direito a participação na exploração da lavra, conforme já decidido pelo STF [Supremo Tribunal Federal]. O município tinha direito ao recurso que essa exploração geraria, e não vai receber por causa de uma ação criminosa da Vale”, diz a ação.

Um levantamento feito pela Secretaria de Fazenda de Brumadinho, baseado no relatório anual de lavra elaborado pela Vale e apresentado à Agência Nacional de Mineração (ANM), aponta para um prejuízo estimado de R$ 6,4 bilhões de arrecadação da Cfem que o município teria até 2034, se a barragem não tivesse se rompido.

A prefeitura acrescentou ainda na ação que o acordo fechado entre a Vale e o governo de Minas Gerais, de R$ 37,7 bilhões, foi feito sem a participação do município.

O município também pede o bloqueio de R$ 5 bilhões como medida cautelar para futura execução, caso a Vale seja condenada.

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