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Ações da Aliansce Sonae (ALSO3) sobem na bolsa depois de apresentação de resultados; analistas veem 2023 positivo
A Aliansce Sonae (ALSO3) registrou um prejuízo líquido de R$ 17 milhões no quarto trimestre, revertendo o lucro líquido de R$ 115,7 milhões apresentado um ano antes. No acumulado de 2022, o lucro somou R$ 155,9 milhões, queda de 43,3%.
A receita líquida avançou 5,4% entre outubro e dezembro, para R$ 292,7 milhões. No ano, a receita somou R$ 1,04 bilhão, alta de 14,1%.
Ações
Com os resultados, as ações da empresa subiam por volta das 12h desta sexta (24), cotadas a R$16,55, alta de 4,09% em relação ao fechamento da quinta-feira.
Recomendações
O Citi tem recomendação neutra para Aliansce Sonae, com preço-alvo em R$ 21, potencial de alta de 32% sobre o fechamento de ontem.
O Bradesco BBI tem recomendação de compra para as ações de Aliansce Sonae, com preço-alvo de R$ 30, potencial de alta de 89% ante o fechamento de ontem na B3.
Citi: fusão com BR Malls derruba resultados
Os resultados operacionais de Aliansce Sonae e BR Malls vieram acima do esperado, quando retirados os efeitos não recorrentes da união entre a duas empresas, durante o quarto , diz o Citi.
Os analistas André Mazini, Renata Cabral e Hugo Grassi Soares escrevem que os números da Aliansce foram beneficiados por maiores receitas de estacionamentos. Uma maior taxa de ocupação impulsionou o resultado do BR Malls.
O banco acredita que um menor crescimento nos aluguéis mesmas lojas (SSR) manteve a taxa de ocupação da empresa acima de Multiplan e Iguatemi, uma vez que ficou mais barato manter lojas nos shoppings da companhia.
Eles destacam que a meta de sinergias operacionais em R$ 210 milhões deve demorar a ser alcançada, com o BR Malls sendo uma empresa bem otimizada antes da fusão, fazendo com que a Aliansce tenha que procurar mais a fundo oportunidades de racionalização.
Bradesco: impacto dos custos de integração
A Aliansce Sonae teve seus resultados do quarto trimestre impactados pelos custos de integração de fusões e aquisições, mas está no caminho para um ano de 2023 positivo, de acordo com o Bradesco BBI, em relatório.
Os analistas Bruno Mendonça e Pedro Lobato escrevem que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) individual da Aliansce cresceu em base anual, impulsionado pelo desempenho operacional consistente e pela captura de em sinergias da fusão da Aliansce com a Sonae Sierra em 2019.
Segundo eles, apesar do alto valor dos custos não recorrentes da fusão com a BRMalls, veem tendências subjacentes positivas para a nova empresa. “Saudamos o fato de que as fusões pontuais foram contabilizadas antes do esperado, abrindo caminho para a empresa resultante da fusão começar 2023 com um balanço mais limpo”, dizem.
Para eles, os próximos resultados devem ajudar os investidores a ter uma melhor leitura dos fundamentos da nova empresa já em 2023, o que deve levar a Aliansce Sonae a ver uma lacuna de avaliação reduzida em relação aos pares, com cerca de 40% de desconto ante Multiplan, que veem como excessivo.
Empresa mantém bom momento operacional, diz Credit
A Aliansce Sonae e a BR Malls continuaram a reduzir descontos a lojistas no quarto trimestre, permitindo crescimento robusto no indicador de aluguéis mesmas lojas no quarto trimestre, diz o Credit Suisse.
O analista Pedro Hajnal escreve que a companhia conseguiu isso por conta de um crescimento nas vendas acima de patamares pré-pandemia. A aceleração deve se manter em 2023, o que é positivo.
“Continuamos a ter uma visão positiva sobre Aliansce Sonae com o bom momento operacional e as vantagens que vão surgir da fusão com a BR Malls”, comentam. No entanto, a preferência do banco permanece por operadoras inseridas em alta renda.
O Credit Suisse tem recomendação de compra para Aliansce Sonae, com preço-alvo em R$ 29, potencial de alta de 82,3% sobre o fechamento de ontem.
Itaú vê resultados robustos
Os resultado da Aliansce Sonae no quarto trimestre foram robustos, após a retirada dos efeitos não recorrentes da fusão com o BR Malls, com crescimento de receitas após retirada de descontos nos aluguéis e manutenção de ocupação alta, diz o Itaú BBA.
Os analistas liderados por Daniel Gasparete escrevem que o desempenho operacional da companhia consolidada superou estimativas em 5%. A inadimplência continuou negativa no quarto trimestre.
O banco destaca que a companhia elevou estimativas de sinergias operacionais de R$ 160 milhões para uma faixa entre R$ 180 milhões e R$ 210 milhões. Notam, no entanto, que o mercado precifica menos sinergias atualmente.
O Itaú BBA tem recomendação de compra para Aliansce Sonae, com preço-alvo em R$ 23. Há pouco, as ações subiam 4,15%, cotadas em R$ 16,56.
Receita, taxa de ocupação e outros indicadores
No quarto trimestre, a receita de locação avançou 10%, para R$ 271 milhões, enquanto o resultado de estacionamento teve uma melhora de 18,3%, para R$ 48,4 milhões. Já as receitas de serviços avançaram 19,8% no trimestre, para R$ 28,6 milhões.
No acumulado de 2022, a receita de locação subiu 28,3%, para R$ 903,4 milhões, a de estacionamento cresceu 46,3%, para R$ 160 milhões, e a de serviços avançou 13,2%, para R$ 99,1 milhões.
A taxa de ocupação ficou em 97,4%, com um custo de 10,5%, durante o quarto trimestre. A empresa explica que esse desempenho é resultado do “movimento de retirada de descontos de forma assertiva, com base no sistema de gestão de mix e pricing proprietário da companhia”.
As vendas totais entre outubro e dezembro foram de R$ 5 bilhões, um crescimento anual de 3,5%.
O lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recuou 9,3% no trimestre, para R$ 206 milhões, porém, cresceu 15,1% no ano, para R$ 750,8 milhões.
A alavancagem da empresa, medida pela dívida líquida sobre Ebitda, ao final do quarto trimestre era de 0,6 vez.
Em 2022, as outras despesas e despesas operacionais somaram R$ 148,6 milhões, sendo que R$ 134,6 milhões correspondem às despesas e receitas operacionais não-recorrentes.
Boas perspectivas para 2023
Os três primeiros meses de operações unificadas entre Aliansce Sonae e BR Malls confirmaram o caráter complementar dos portfólios de shoppings centers das duas empresas e o potencial de geração de sinergias operacionais robustas nos próximos anos, diz Daniella Guanabara, diretora financeira e de relações com investidores da companhia, em entrevista ao Valor.
“Tivemos esses seis meses em que a fusão ficou em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para usar bem o tempo como forma de preparar bem as empresas para garantir que, quando aprovada, a empresa unificada já tivesse passado por um período de transição suave”, comenta. A experiência adquirida na fusão entre Aliansce e Sonae, em 2019, também ajudou, aponta a executiva.
Empresa reduz projeção de sinergias com brMalls
A Aliansce Sonae comunicou nesta quinta-feira (3) que revisou a projeção de sinergias derivada da combinação de negócios com a brMalls e estima um valor entre R$ 180 milhões a R$ 210 milhões anuais a serem capturados até o final de 2028, considerando apenas sinergias de receita e despesas operacionais.
A projeção anterior, divulgada em 6 de janeiro de 2023, consistia em R$ 210 milhões anuais até o final do ano de 2028, sendo R$ 160 milhões em sinergias de receitas e despesas e R$ 50 milhões sinergias no resultado financeiro.
A revisão “é fruto de estudo detalhado das oportunidades da combinação de negócios” e reflete a expectativa da companhia quanto aos resultados futuros, explica a companhia.
“Tal projeção é dependente de fatores e condições de mercado que são voláteis e não estão sob controle da companhia, podendo, assim, diferir em relação aos números e resultados a serem efetivamente registrados pela companhia”, informa a empresa em comunicado.
Em relação ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2022, a companhia disse ter capturado em sinergias R$ 56 milhões anuais, englobando nesse montante receitas e despesas.
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