BTG derruba preço-alvo da Braskem (BRKM5) depois de um dos piores resultados da história; ações caem

Números da Braskem foram piores que o esperado, principalmente por causa das operações no Brasil e no México

Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas e a maior do mundo em polímeros “verdes”, fabricados com matéria-prima renovável — Foto: Mathias Cramer/Divulgação
Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas e a maior do mundo em polímeros “verdes”, fabricados com matéria-prima renovável — Foto: Mathias Cramer/Divulgação

O BTG Pactual cortou o preço-alvo das ações preferenciais classe A da Braskem de R$ 68 para R$ 36, um corte de quase metade do valor previsto anteriormente. Ainda assim, o potencial de alta das ações é 105,7% sobre o fechamento da quarta-feira. O banco reitera recomendação de compra.

Por volta das 10h55 desta quinta-feira (23), as ações preferenciais classe A da empresa (PNA ou BRKM5) caíam 2,46% na bolsa de valores, cotadas a R$ 17,07. Já as ações ordinárias (ON ou BRKM3) caíam 0,71%, a R$ 19,54.

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Pior que o esperado

Os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte escrevem que revisaram estimativas para a companhia após os resultados de quarto trimestre da companhia, um dos piores em sua história, incorporando menores spreads de petroquímicos.

O banco nota que a expectativa já era que os números da Braskem viessem fracos, mas foram piores ainda, principalmente com resultado ruim no Brasil e no México. No Estados Unidos e Europa o desempenho foi um pouco melhor.

Tendência de recuperação no segundo semestre

Eles acreditam que esse foi o ponto mais baixo da Braskem e a tendência são os spreads e volumes se recuperarem gradualmente a partir do segundo semestre, retornando à média histórica em 2025.

“Os papéis da Braskem têm poucos gatilhos e as incertezas sobre o processo de venda da companhia permanecem, mas mantemos recomendação de compra por enxergar melhora nos spreads e o cenário ruim já estar precificado”, comentam.

Citi: Braskem teve receitas abaixo do esperado

Os resultados da Braskem no quarto trimestre foram , seguindo a tendência dos períodos anteriores, em meio a fraqueza nos cenários macroeconômico e do setor petroquímico, diz o Citi.

Os analistas Gabriel Barra, Andrés Cardona e Joaquim Alves Atie escrevem que os meses finais de 2022 podem ter sido o “fundo do poço” da companhia e veem uma possível melhora nos indicadores financeiros no primeiro trimestre.

No quarto trimestre, a Braskem teve receitas abaixo do esperado, com menores spreads e volumes de venda dos seus produtos petroquímicos. O prejuízo de US$ 326 milhões é explicado pela desalavancagem operacional.

O banco vê que 2023 ainda será desafiador, mas o primeiro trimestre pode ser um ponto de inflexão, projetando melhora no seu resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

O Citi tem recomendação neutra para Braskem, com preço-alvo em R$ 27, potencial de alta de 54,2% sobre o fechamento de ontem.

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