Alta de 250%: BR Properties (BRPR3) fecha com alta recorde, e analistas comentam sobre sustentabilidade do resultado

A BR Properties é a consultoria imobiliária do FII BTG Pactual, que é o administrador do portfólio

Edificação da BR Properties no Rio de Janeiro - Foto: divulgação
Edificação da BR Properties no Rio de Janeiro - Foto: divulgação

Em momento raro na bolsa de valores, as ações da BR Properties (BRPR3) disparam e fecharam o pregão com alta de 257,98% Com isso, os papéis passam a valer R$ 63,73. A alta está relacionada ao anúncio de efetivação de um fundo imobiliário lançado pela empresa.

A BR Properties é a consultoria imobiliária do FII BTG Pactual, que é o administrador do portfólio. Dessa forma, o banco é o agente responsável pela maioria dos deveres fiduciários perante os cotistas.

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Os papéis movimentaram R$ 17,4 milhões na bolsa ao longo da sessão.

No fechamento da terça-feira (4), as ações da consultoria imobiliária registravam uma queda anual de cerca de 30%.

Alta pode ser sustentável, dizem analistas

A alta das ações pode se sustentar no médio e longo prazo, diz Bruno Komura, da Ouro Preto Investimentos. Segundo o analista, a criação do fundo permite que a companhia consiga um financiamento mais barato.

“O custo do equity (ações) é maior do que o retorno exigido nos fundos imobiliários. Não muda muito a qualidade da companhia, mas permite que ela aumente o escopo de atuação, seguindo com um modelo asset-light”, diz Komura.

Ele avalia ainda que o valor perto de R$ 64,00 está em linha com a oferta de OPA da GP Investments, com período da oferta prestes a acabar (data prevista é 10 de abril). “Acredito que a oferta vai dar certo (vai atingir o mínimo de ações necessário) e por isso que o mercado reprecificou as ações”, acrescenta.

Guilherme Tiglia, sócio e analista de ações da Nord Research, concorda que não há mudança de qualidade, mas, com o fundo, a companhia consegue ampliar a sua atuação e atingir um perfil mais Asset Light, que contempla empresas que trabalham com menor quantidade possível de ativos.

Guilherme Tiglia, sócio e analista de ações da Nord Research, destaca que a empresa acaba não sendo mais 100% dona dos ativos, dividindo a participação com pessoas físicas. “Era algo que, inclusive, já estava sendo discutido há bastante tempo por parte da gestão”, diz Tiglia.

“Pode haver correção no curto prazo”

“No curto prazo, é possível que a alta seja passageira e que a cotação da empresa sofra uma correção devido a sua alta expressiva”, alerta Fabrício Gonçalvez CEO da Box Asset Management. “Porém, é importante ressaltar que a criação do primeiro fundo imobiliário da empresa pode trazer benefícios no longo prazo, como o aumento de sua receita. Entretanto, para que a alta se sustente, é necessário que a empresa entregue resultados consistentes no longo prazo”, completa o executivo.

Motivos da alta expressiva

Para Gonçalvez, a criação do fundo gerou um impacto positivo nas ações da BR Properties por vários motivos. O primeiro deles é “o fato de ser o primeiro fundo da empresa, o que representa uma nova oportunidade de viabilizar a redução de capital da companhia, o que pode contribuir para a sua saúde financeira. Essa medida pode ajudar a reduzir os custos da empresa, aumentando a sua rentabilidade e gerando valor para os seus acionistas”, destaca.

Além disso, o fundo nasceu como um dos maiores Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) de escritórios comerciais do país, o que pode beneficiar a empresa no longo prazo. “O investimento em imóveis comerciais pode trazer uma renda estável e previsível para a BR Properties, uma vez que esses imóveis são frequentemente alugados por longos períodos de tempo para empresas estáveis e bem-sucedidas”, destaca.

“Isso ajuda a diversificar a carteira da empresa, reduzindo a sua exposição a riscos específicos de determinados setores ou negócios, acrescenta Gonçalvez.

Redução de capital da BR Properties

De acordo com o CEO da BR Properties, Martin Jaco, “o fundo foi estruturado para viabilizar a redução de capital da companhia e já nasce como um dos maiores FIIs de escritórios comerciais do país”.

“Essa ideia do FII era algo que a gente vinha estudando na BR Properties há muito tempo”, afirma Jaco. “Desde 2017, a gente vem discutindo uma maneira de continuar sendo um grande investidor, mas de uma maneira mais leve, com um perfil ‘asset light’”, acrescenta.

Intermediação do BTG

A oferta pública de distribuição das cotas da 1ª emissão do Fundo foi intermediada pela BTG Pactual e foram distribuídas 11.610.812 cotas, no valor de R$ 106,35 cada uma, totalizando o valor de R$ 1.234.809.856,20, com esforços restritos de distribuição.

A BR Properties era detentora de 100% das cotas até a abertura de capital.]

Derretimento de R$ 343 milhões

As notícias sobre fundos imobiliários não são só positivas. Na última semana, 500 mil cotistas de fundos imobiliários foram prejudicados pelo calote dado por quatro fundos: Hectare CE (HCTR11), Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), Tordesilhas (TORD11) e Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11), que pertencem à mesma empresa, o Grupo RTSC.

No último pregão, os fundos registravam saída de R$ 343 milhões, com perdas de 40% desde o início do ano.

Em atualização

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