BTG vê resultado fraco para Magalu (MGLU3), mas recomenda compra das ações

Analistas repercutem os resultados do Magalu no terceiro trimestre e o impacto sobre as ações da varejista

Fachada loja Magazine Luiza. Foto: Divulgação

O BTG Pactual avalia que, como esperado, o Magazine Luiza reportou resultados fracos no terceiro trimestre de 2022, refletindo as comparações difíceis de comércio eletrônico do ano passado e as atuais condições de mercado mais desafiadoras. Embora a lucratividade continue melhorando, com uma tendência de fluxo de caixa saudável, a perspectiva de curto prazo segue desafiadora.

“Apesar da queda acumulada 46% no ano, ainda esperamos que as ações sejam pressionadas no curto prazo pelo crescimento fraco do valor bruto de mercadoria online, fraco desempenho da operação de lojas físicas, impacto das taxas de juros ainda elevadas no Brasil e maior custo de captação impactando o resultado financeiro”, afirmam os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis.

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A companhia reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 146 milhões, também impactado pela grande deterioração nos resultados financeiros devido à maior taxa Selic no período. A margem ajustada do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) cresceu 1,9 ponto percentual no mesmo intervalo, com o Ebitda subindo 50%, para R$ 528 milhões, impactado pela otimização de marketing e despesas de logística a partir de março.

Já a maior participação do comércio eletrônico no mix de vendas foi compensada por maiores vendas de serviços e aumentos de preços, levando a margem bruta a subir 3,2 pontos em relação ao mesmo período do ano passado.

O BTG destaca que houve queda de 10% no comércio eletrônico no Brasil entre julho e setembro deste ano, de acordo com a Neotrust, com a operação das lojas físicas novamente atingida por pressões inflacionárias e menor demanda por eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

As vendas no segmento mesmas lojas caiu 3,6% na comparação anual, enquanto o valor bruto de mercadoria (GMV) do comércio eletrônico cresceu 2,6% na mesma base, incluindo mais de R$ 1 bilhão da Kabum, número 3% abaixo das projeções do banco.

O GMV total foi de R$ 14,2 bilhões, 3% inferior ao esperado pelo BTG, mas 2% acima do reportado um ano antes, enquanto a empresa encerrou o trimestre com 236 mil vendedores, ante 200 mil nos três meses imediatamente anteriores, com 34% do GMV online proveniente da operação vendas de mercadorias de terceiros.

Analisando os resultados da Luizacred – serviço de crédito da varejista – o prejuízo líquido foi de R$ 30 milhões, contra estimativa de prejuízo de R$ 2 milhões do BTG, com crescimento de 70% em base anual nas receitas de intermediação financeira.

Enquanto isso, as provisões aumentaram 206% ante o ano passado para R$ 590 milhões, refletindo o crescimento da carteira, sobretudo de cartões de crédito. Os créditos vencidos há mais de 90 dias representavam 9,2% da carteira, contra 4,9% no terceiro trimestre de 2021, com índice de cobertura de 130%, ante 144% no ano anterior.

O BTG Pactual tem recomendação de compra para as ações do Magazine Luiza, com preço-alvo de 12 meses de R$ 7, alta potencial de 89% sobre a cotação registrada há pouco.

BoFA

A Magazine Luiza registrou prejuízo maior que o previsto no terceiro trimestre, com despesas financeiras mais altas, apesar da considerável melhora operacional, com um crescimento modesto de vendas, avalia o BofA, em relatório.

Os analistas Robert Aguilar e Melissa Byun escrevem que as vendas no comércio online cresceram 2,6% e superaram a contração de 10,5% do mercado, devido ao crescimento de novas categorias, melhorias de serviço e aquisição do KaBum.

Já o Ebitda ajustado cresceu 50,3%, impulsionado pela expansão de margem em base anual com receita de serviços e precificação, afirmam eles, enquanto melhorias na estrutura de custos e eficiências de logística e marketing parcialmente compensaram pressões inflacionárias e maior inadimplência.

Para os analistas, melhorias mais significativas na estrutura de custos e políticas do novo governo eleito devem favorecer os consumidores da empresa, e as fusões e aquisições devem aumentar no futuro. “A dinâmica competitiva também pode posicionar a Magazine Luiza para conquistar mais participação de mercado.”

O BofA tem recomendação de compra para as ações da Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 8, potencial de alta de 107% ante o valor negociado há pouco na B3.

Goldman Sachs

Os resultados da Magazine Luiza (MGLU3) no terceiro trimestre ficaram abaixo das expectativas relativamente pouco exigentes, com receitas e Ebitda aquém do consenso, e prejuízo líquido maior, diz o Goldman Sachs, em relatório.

Os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini escrevem que as tendências de crescimento de receita e volume bruto de mercadorias melhoraram ligeiramente em relação ao trimestre, mas permaneceram pouco inspiradoras, com receitas totais crescendo apenas 2%.

“Esperamos que os investidores vejam como pontos positivos as margens brutas melhores, embora ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, as menores despesas com vendas e a geração operacional de caixa positiva”, dizem eles.

No entanto, uma forte desaceleração no crescimento do volume bruto de mercadorias do marketplace, o chamado 3P, maiores despesas gerais e administrativas e despesas de provisionamento, resultados fracos em financiamento ao consumidor e níveis elevados de alavancagem contínuos foram os principais pontos negativos.

O Goldman Sachs tem recomendação de compra para as ações da Magazine Luiza, com preço-alvo de 5,20, potencial de alta de 33% ante o valor negociado na manhã desta sexta na B3.

Citi

A Magazine Luiza (MGLU3) reportou resultados no terceiro trimestre em geral em linha com as expectativas, e claramente melhores que os de seus pares ao considerar crescimento on-line, margem e dinâmica do fluxo de caixa livre, enquanto o crescimento do marketplace ficou aquém das expectativas, diz o Citi, em relatório.

A empresa apresentou Ebitda em linha com a previsão do Citi, com receita um pouco aquém da estimativa com menores vendas de lojas físicas e on-line, com crescimento no marketplace, o chamado 3P, mais lento do que o esperado, escrevem os analistas João Pedro Soares, Felipe Reboredo e equipe.

O marketplace do Magazine Luiza cresceu apenas 1%, mesmo com a empresa desenvolvendo esforços consideráveis para aumentar sua base de vendedor, por exemplo a Caravana Magalu e anúncios, e acelerar o crescimento do mercado, afirmam eles.

A margem bruta cresceu menos que a projeção, assim como despesas operacionais, refletindo a contínua otimização das despesas de marketing e logística da empresa desde o segundo trimestre de 2021, dizem eles. Já a equivalência patrimonial foi pior do que o esperado com maiores provisões na Luizacred, o que com despesas financeiras mais altas resultou em prejuízo líquido acima do previsto.

O Citi tem recomendação neutra para as ações da Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 4,80, potencial de alta de 7,4% ante o fechamento de ontem.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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