Ações de Magazine Luiza (MGLU3) caem 22,83% e têm pior desempenho do Ibovespa nesta terça

Ações ordinárias de Magalu (MGLU3) despencam 15% após divulgação de resultado abaixo da expectativa do mercado, com prejuízo líquido de R$ 391 milhões

Detalhe de site do Magazine Luiza (MGLU3). Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/Reuters
Detalhe de site do Magazine Luiza (MGLU3). Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/Reuters

Os resultados de primeiro trimestre do Magazine Luiza (MGLU3) ficaram abaixo de estimativas já conservadoras do mercado, com resultados operacionais fracos e pressão nas margens brutas e no Ebitda. A companhia destacou na conferência que o balanço “foi bastante influenciado por despesas sazonais e a alta taxa de juros”, mas bancos de investimentos avaliam um cenário de curto prazo difícil para a varejista.

Os papéis começaram o dia em queda e atingiram a baixa máxima momentos antes do pregão terminar. As ações do Magazine Luiza (MGLU3) derreteram ao longo do pregão e fecharam o dia com a pior queda, -22,83%.

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O que o Itaú BBA diz sobre resultado de Magazine Luiza (MGLU3)

O resultado financeiro do Magalu para o primeiro trimestre veio abaixo de expectativas já conservadoras e acompanhado de uma série de efeitos ao longo do balanço que afetaram praticamente todas as linhas. Essa é a avaliação do Itaú BBA, segundo analistas liderados por Thiago Macruz.

Os analistas escrevem que o ganho de participação de mercado que a companhia teve no período, de 6,2%. Mas, mesmo em um cenário competitivo e mais racional da economia, a varejista não consegue reduzir a distância para o líder do setor no varejo eletrônico — posição que pertence ao Mercado Livre (MELI34).

Os analistas do Itaú BBA afirmam que “investidores parecem bastante focados na retomada da lucratividade da companhia, e a retomada da Difal [diferença entre alíquotas do ICMS em vendas interestaduais] no curto prazo nos dá a impressão que isso será prorrogado um pouco mais”.

O banco destaca que o Magazine Luiza ainda sentiu efeitos de uma dinâmica de capital de giro negativa por conta de sazonalidade e queimou caixa. Em conferência de resultados, o CFO do Magazine Luiza, Roberto Bellissimo, destacou que a companhia pretende expandir o caixa por meio do capital de giro. “Para nós é importante aumentar liquidez e caixa, melhorando capital de giro e passando pela negociações, como a [realizada com] a Cardif”, disse.

O Itaú BBA tem recomendação neutra para Magazine Luiza, com preço-alvo em R$ 3,20. Há pouco, as ações caíam 9,13%, cotadas em R$ 3,98.

Goldman Sachs: Receita de Magalu foi ‘aquém’ do previsto

Para o Goldman Sachs, o Magazine Luiza reportou resultados do primeiro trimestre também abaixo do esperado, com receita 2% aquém do previsto e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) 12% abaixo do consenso.

Em relatório, os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini escrevem que o marketplace, que representa quase 40% do valor geral de mercadorias, continua a superar outros canais, supostamente tornando-se mais lucrativo e contribuindo positivamente para o mix de margem.

No entanto, dizem eles, a margem Ebitda ficou praticamente estável no comparativo anual, já que as margens foram impactadas negativamente pela volta do Difal, que não foram integralmente repassados aos clientes.

O prejuízo foi maior do que o esperado devido a despesas financeiras elevadas com um nível mais alto de recebíveis descontados neste trimestre, dizem os analistas.

No lado positivo, ressaltam, o Magazine Luiza superou seu principal concorrente de varejo de bens duráveis, Via, tanto no canal on-line quanto em lojas físicas.

O Goldman Sachs tem recomendação neutra para as ações do Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 4,40, potencial de 17% ante o valor negociado há pouco na B3.

Números devem continuar decepcionando, diz BTG

O cenário difícil tanto em termos macroeconômicos quanto para o setor do varejo eletrônico afetaram os resultados do Magazine Luiza no primeiro trimestre, que apresentou números abaixo do esperado na análise do BTG Pactual.

A tendências nas operações de lojas físicas e em vendas online são fracas. Os analistas Luiz Guanais e Gabriel Disselli escrevem que eventuais benefícios que a companhia vai ganhar com a maior racionalização do setor após a crise da Americanas vai depender ainda de uma melhoria na economia do Brasil como um todo, com redução nos juros, para impulsionar consumo de bens duráveis.

Enquanto o cenário atual se mantiver, o banco acredita que os resultados do Magazine Luiza vão continuar decepcionando.

O BTG Pactual tem recomendação de compra para Magazine Luiza, com preço-alvo em R$ 7. Há pouco, as ações caíam 15,9%, cotadas em R$ 3,68.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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