Ações de tecnologia disparam na B3 após divulgação de balanços
Ações da Positivo e da CSU se destacam durante o ínicio do pregão
Algumas ações de tecnologia listadas na B3 subiam com vigor na bolsa na manhã desta quarta-feira (22), depois de divulgados os resultados do quarto trimestre durante esta temporada de balanços. O destaque ficou por conta da Positivo, com alta de dois dígitos, a maior do pregão durante a manhã.
A CSU Digital também registrava forte alta depois da apresentação dos números do quarto trimestre de 2022. A empresa apresentou recorde de receita e lucro no período.
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Ações
As ações da Positivo subiam 17,14% por volta das 10h47, batendo R$ 7,72 por papel.
No mesmo horário, as ações da CSU subiam 4,52%, cotadas a R$ 9,94.
Resultados da Positivo
A fabricante de equipamentos eletrônicos Positivo registrou lucro líquido de R$ 136,9 milhões, crescimento de 227% na comparação anual.
Já a receita líquida somou R$ 1,27 bilhão entre outubro e dezembro, alta de 17,9% sobre o mesmo período de 2021.
Balanço da CSU
Outro destaque é a CSU Digital, que presta serviços de tecnologia para processamento de pagamento e SAC. A empresa registrou lucro líquido de R$ 21,9 milhões no quarto trimestre de 2022, em alta de 31,5% sobre o lucro líquido de R$ 16,7 milhões do quarto trimestre de 2021.
De acordo com as demonstrações de resultados divulgadas na noite desta terça-feira (21), a receita líquida no quarto trimestre de 2022 foi de R$ 138,4 milhões, em alta de 7,8% sobre a receita de R$ 128,5 milhões de um ano antes.
O Ebitda (Resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa no quarto trimestre de 2022 ficou em R$ 42,7 milhões, em alta de 11,5% sobre o resultado de R$ 38,3 milhões no mesmo período do ano anterior.
XP e BTG se animam com Positivo
Na opinião da XP, a Positivo apresentou boa dinâmica operacional no quarto trimestre, se beneficiando da de negócios, mas chamou atenção para o aumento na dívida líquida e metas abaixo do esperado.
Já o BTG Pactual afirma que o crescimento nas receitas se mostrou resiliente, mesmo em desaceleração, e destacou o aumento nas margens em meio a redução nos custos de materiais básicos e mix de produtos melhor, impulsionando o resultado.
CSU tem lucro recorde
Em 2022, o lucro da CSU foi de R$ 73,6 milhões, uma expansão de 21,6%. A receita no trimestre foi de R$ 138,5 milhões (alta anual de 7,8%) e, no ano, de R$ 537,2 milhões (+4,5%). Todos esses números são recordes para a empresa, que registra 14 trimestres seguidos de crescimento.
A vertical CSU Pays, área que engloba as soluções em serviços financeiros, meios de pagamentos, fidelidade, incentivos e “banking as a service” (BaaS), foi responsável por 61% nas receitas. A outra vertical é a CSU DX, dedicada à experiência do cliente, que responde por 39% das receitas. Ela inclui serviços de gerenciamento das atividades de customer experience e em breve de middle-office, no conceito de digital tracking.
“Em 2022 a CSU Digital deu passos importantes na consolidação de seu modelo de negócios e se fortaleceu ainda mais na construção das bases para o futuro dos meios de pagamentos e dos serviços financeiros no Brasil. Conquistou dez novos clientes, desenvolveu novos produtos e serviços e avançou materialmente com a digitalização de suas operações, com ganhos reais de produtividade e eficiência”, explica Pedro Alvarenga, diretor de relações com investidores da companhia.
Novos clientes
A CSU finalizou 2022 com a chegada de dois novos clientes: a Unicred, uma das principais cooperativas de crédito do país, e a empresa alemã Klüber Lubrification, que atende aos setores da indústria com lubrificantes de alto desempenho.
As empresas se juntam a outros oito clientes conquistados ao longo do ano, de indústrias diversas, como comércio eletrônico, indústria de bebidas, corretoras de criptomoedas, entre outros.
A CSU encerrou 2022 com 35,9 milhões de contas e cartões cadastrados (17% a mais do que em 2021) em sua base e o volume financeiro processado em suas plataformas ultrapassou R$ 268 bilhões (alta de 22%).
Projeções da CSU para 2023
Para 2023, Alvarenga diz que o lançamento de novos produtos e a conquista de mais clientes deve manter o ritmo de crescimento acelerado da companhia. “Os segmentos que atuamos têm muito potencial de crescimento e vamos continuar desenvolvendo soluções que agreguem ao nosso portfólio e complementem os nossos serviços”, diz.
Uma das prováveis avenidas de crescimento é o BaaS. O diretor explica que, se no varejo já é comum as empresas do setor começarem a oferecer serviços financeiros, isso está se tornando realidade também em outras indústrias.
“Empresas com grandes ecossistemas de relacionamento, fluxos financeiros relevantes, estão caminhando no sentido de profissionalização dessa atuação. Nós somos uma infratech que conecta com o cliente lá na ponta. Nosso serviço de banking as a service está em uma fase piloto e deve entrar no ar em breve”, comenta.
Foco em nichos
O executivo admite que muitos players já oferecem serviços de BaaS, mas diz que ainda há bastante espaço para crescer em determinados nichos, com uma oferta diferenciada. “Esse mercado dobrou em 2022, está em franca expansão e não tem um player dominante. Temos uma oferta ampla, com solidez operacional, sem solavancos de disponibilidade, e isso traz conforto aos clientes”, explica.
A CSU tem um histórico de crescimento orgânico, mas Alvarenga diz que o atual momento, de queda nos valuations de empresas ligadas a tecnologia, pode abrir espaço eventualmente para operações de fusão e aquisição (M&A).
“Estamos muito capitalizados, temos um plano de investimento grande que temos executado de forma orgânica, mas havendo ativos interessantes, que nos tragam ‘time to market’, podemos olhar”.