Ações da Vale (VALE3) fecham em queda após resultado fraco de vendas do 1º trimestre

Analistas apontam desempenho ruim em vendas no 1T23, o que afeta as ações nesta quarta (19)

Confira o desempenho das ações da Vale e outras. Foto: O Globo
Confira o desempenho das ações da Vale e outras. Foto: O Globo

A Vale (VALE3) apresentou um resultado operacional de primeiro trimestre fraco, mas já esperado pelos investidores, com vendas menores do que produção no período, diz o Credit Suisse. Com isso, as ações fecharam em queda de 2,92% nesta quarta (19), cotadas a R$ 76,25.

Os analistas Vanessa Quiroga e Lucca Biasi escrevem que o pior desempenho de vendas, a 55,7 milhões de toneladas, prejudicou os preços realizados, o que deve ter impacto nos resultados financeiros.

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A produção de 66,8 milhões de toneladas foi positiva, com maior eficiência em Carajás e menor volume de chuvas em Minas Gerais no primeiro trimestre. No entanto, os prêmios diminuíram, com mix de minério de menor qualidade.

“Acreditamos que as ações da Vale continuam atrativas, sendo negociadas a 3,5 vezes o Ebitda, abaixo de pares australianas”, comentam. Operacionalmente, o preço elevado do minério deve continuar ajudando as operações da companhia no curto prazo.

O Credit Suisse tem recomendação de compra para Vale, com preço-alvo em US$ 25,50 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), potencial de alta de 61,6% sobre o fechamento de ontem.

Goldman Sachs reitera recomendação neutra

O Goldman Sachs cortou seu preço-alvo para os recibos de ações (ADRs) da Vale de US$ 13,5 para US$ 13,3 e reiterou sua recomendação neutra, ao atualizar seu modelo após a empresa reportar vendas abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2023, e para marcar a mercado os preços das commodities e a taxa de câmbio no trimestre.

Os analistas Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques escrevem que a produção de minério de ferro no primeiro trimestre ficou em linha com a estimativa do Goldman Sachs, mas as vendas ficaram 15% abaixo da projeção, com a empresa sugerindo que poderia reduzir esses volumes no segundo semestre.

Além disso, a qualidade média do minério de ferro continuou a piorar e atingiu 61,6% no trimestre, escrevem os analistas, levando à realização de preços com desconto em relação à referência, enquanto as vendas de metais básicos, principalmente cobre, também foram mais fracas do que o esperado.

Segundo os analistas, a combinação de vendas de minério de ferro mais fracas, preços realizados mais baixos, especialmente de pelotas, e vendas e preços de metais básicos mais fracos diminuem a projeção de Ebitda para o primeiro trimestre de US$ 5,2 bilhões para US$ 4,1 bilhões, queda de 21%.

“Vemos mais riscos negativos decorrentes de custos potencialmente maiores do que o esperado, devido à menor diluição do custo fixo e qualidade de minério de ferro”, dizem. Os analisas esperam que a atual força da oferta e demanda seja seguida por fraqueza no segundo semestre, uma vez que o aumento da oferta encontra o enfraquecimento da demanda da China.

O Goldman Sachs espera que os preços do minério de ferro caiam dos atuais US$ 120 por tonelada para US$ 105 no quarto trimestre de 2023 e para US$ 90 em 2024. O banco manteve sua recomendação neutra para as ações da Vale, ao ver a ação precificando em US$ 93 por tonelada o preço do minério de ferro, dizem os analistas.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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