Ação da Pague Menos ‘vira’ durante divulgação de resultados e passa a despencar

A ação da rede de farmácias Pague Menos sentiu uma virada após o início do pregão.

Durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre de 2024, passou de uma alta de 2,5% para um recuo de mais de 11% após o fim da conversa com analistas.

No início da tarde desta terça-feira (11), a ação ON caía 9,68%

Como veio o resultado de Pague Menos no 4º tri

A empresa teve recuo de 47% no lucro líquido consolidado, para R$ 66,5 milhões de outubro a dezembro, versus o ano anterior.

As despesas com vendas cresceram 17,3% acima da receita líquida (16,9%), um ponto questionado por analistas na manhã de hoje.

Além disso, as despesas gerais e administrativas subiram 41%, para R$ 109 milhões, considerando o demonstrativo de resultado consolidado (IFRS16).

Qual é a explicação da Pague Menos?

A empresa disse que, no quarto trimestre, sazonalmente, as lojas tem maior concentração de despesas de pessoal e marketing, em virtude dos eventos promocionais do final do ano.

Além disso, o período teve maiores gastos para melhorar a qualidade dos ativos.

No quarto trimestre de 2023, já havia ocorrido maior pressão nessa linha por conta de gastos com pessoal nas lojas da Pague Menos.

Impacto da operação da Extrafarma

A rede ainda informou hoje que a operação da Extrafarma, quatro anos após a aquisição, ainda tem margem de contribuição inferior ao grupo, apesar de melhorias recentes, e há um trabalho para fechar esse “gap”.

A margem de contribuição do grupo varejista foi de 7,6% de outubro a dezembro, versus 7,3% das unidades da Extrafarma, vendida pelo grupo Ultra em 2021, após uma série de dificuldades para fazer a empresa lucrar.

O atual “gap” de 0,4 ponto se compara com os quase 4 pontos pré-aquisição, “evidenciando a convergência operacional entre os ativos”, disse a direção em teleconferência com analistas nesta manhã.

O volume de sinergias em bases anualizadas foi de R$ 267 milhões de outubro a dezembro, segundo o presidente da rede, Jonas Marques.

“Fomos muito questionados pela compra de Extrafarma, mas números mostram acerto”, disse ele. De acordo com o comando, novas capturas de sinergias darão outros 20% de potencial de crescimento, informou, sem detalhar.

Empresa apresentou alta na receita como fator positivo

O comando do grupo tratou de destacar os eventos positivos do trimestre, como a alta na receita de outubro a dezembro, a maior dos últimos dez anos – o valor subiu 16,9%, para R$ 3,3 bilhões.

E informou que as lojas convertidas da Extrafarma em Pague Menos cresceram 29,5%, o dobro das não convertidas no mesmo período analisados, versus 2023.

A Pague Menos abriu 30 lojas e fechou 13 em 2024. A projeção é de 50 aberturas em 2025.

Essa foi outra questão levantada por analistas, que buscaram entender como a empresa espera reduzir alavancagem financeira e elevar a alavancagem operacional abrindo mais unidades.

O executivo Luiz Renato Novais, diretor vice-presidente financeiro, afirmou que entende que a empresa continuará a melhorar o seu Ebitda, e que isso afetará positivamente os números, e ainda disse que a abertura de lojas será feita de forma parcimoniosa.

O Ebitda mede lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação.

Foco em 2025 será em eficiência e redução de alavancagem

A Pague Menos ainda disse que terá foco em eficiência, redução de alavancagem e margem em 2025, e Marques afirmou que “na situação do Brasil hoje, pagar 7% de dividendo é motivo de orgulho”.

A empresa ainda falou em revisão estratégica em andamento, mas decidiu não detalhar o tema até o encontro anual com investidores a ser marcado.

Sobre o início do ano, Novais disse que 2025 começou forte, e que as metas foram alcançadas.

Sobre a informação antecipada hoje pelo Valor, de que o governo estuda reduzir o valor do teto do preço dos medicamentos, Marques disse que já entrou em contato com a Abrafarma, a associação das farmácias, para entender o tema, e disse que isso deve afetar o pequeno varejo, como a reportagem enfatiza na edição de hoje.

*Com informações do Valor Econômico