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Carrefour tem bom desempenho de serviços financeiros, mas varejo alimentar deixa a desejar, diz Citi
Os resultados do Carrefour Brasil no quarto trimestre, divulgados na segunda-feira (13), vieram com números consolidados dentro das estimativas, impulsionado pelos seus negócios financeiros, mas o varejo alimentar veio fraco, diz o Citi em relatório divulgado nesta terça (14).
Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo escrevem que os dados da empresa ainda são afetados com o processo de conversão das lojas do Grupo Big, com as vendas mesmas lojas do Atacadão subindo 10% no ano, abaixo do esperado.
No varejo alimentar, as vendas foram dentro do esperado, mas o resultado da unidade acabou sendo impactado por maiores despesas operacionais durante o quarto trimestre.
Os serviços financeiros foram a grande surpresa positiva, com melhores margens em meio a provisões menores que o previsto, em meio a queda na inadimplência maior que 30 dias.
O Citi tem recomendação neutra para Carrefour Brasil, com preço-alvo em R$ 18,50, potencial de alta de 31,7% sobre o fechamento de ontem.
Por volta das 12h45 desta terça (14), as ações do Carrefour (CRFB3) subiam 1,71%, valendo R$ 14,28.
BTG: conversão de lojas pressiona resultados
Os resultados de quarto trimestre do Carrefour Brasil foram pressionados pelas operações do Grupo Big, em processo desafiador de conversão, diz o BTG Pactual. Retirando esses efeitos, os resultados da companhia teriam superado estimativas para o período, aponta o banco.
Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis escrevem que o Ebitda consolidado da companhia, retirando efeitos do Big, em R$ 2,06 bilhões, superaram em 10% as estimativas, com melhores margens nas operações de varejo e desempenho resiliente do Atacadão.
“Apesar do bom desempenho das marcas do Carrefour, o Big puxou os resultados para baixo, com Ebitda negativo de R$ 168 milhões nas operações de atacarejo e negativa de R$ 34 milhões em varejo”, comentam. Os resultados são pressionados pela conversão e operacionalização das lojas.
O banco vê riscos adicionais de execução na integração das lojas do Grupo Big, o que deve pressionar os resultados da companhia nos próximos trimestres, impedindo a empresa de se aproveitar da redução da inflação nos alimentos, o que deve beneficiar o setor.
O BTG Pactual tem recomendação de compra para Carrefour Brasil, com preço-alvo em R$ 21. Há pouco, as ações subiam 3,99%, cotadas em R$ 14,60.
Goldman Sachs: resultado dentro do previsto
O Carrefour Brasil reportou resultados do quarto trimestre de 2022 amplamente em linha com as expectativas tanto na área de vendas quanto no nível de Ebitda, de acordo com o Goldman Sachs, em relatório.
Os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini escrevem terem ficado animados com o desempenho das lojas convertidas, com 48% já entregue, o que impactou a lucratividade da operação legada em não mais do que 0,50 ponto percentual, sem considerar efeitos não recorrentes ou lojas não convertidas.
“Acreditamos que isso corrobora nossa expectativa de que, uma vez que essas conversões tenham amadurecidos e sinergias adicionais sejam extraídas, o Carrefour Brasil poderá fechar em grande parte a lacuna de rentabilidade da operação Big adquirida.”
Para os analistas, dada a incerteza sobre as perspectivas para o varejo discricionário no país, o Carrefour Brasil fornece exposição a um perfil de demanda relativamente defensivo com potencial para revisões de estimativas para cima, uma vez que oferece conversões de loja e gradualmente relata resultados mais limpos.
Eles dizem ainda que a exposição do Carrefour Brasil ao formato de mercado multivarejo fornece uma proteção parcial contra os riscos de inflação de alimentos mais baixa, de um dígito, já que poderia se beneficiar de melhor desempenho em não alimentos e reconstruir a margem bruta.
O Itaú BBA tem recomendação de compra para as ações do Carrefour Brasil, com preço-alvo de R$ 23,50, potencial de alta de 59% ante o valor negociado no momento na B3.
XP: Carrefour é penalizado por despesas financeiras elevadas
Os resultados de quarto trimestre do Carrefour Brasil apresentaram desempenho operacional robusto, mas com rentabilidade pressionada por conta das despesas financeiras ainda elevadas, diz a XP.
Os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday escrevem que o bom crescimento em vendas mesmas lojas sólido e melhores resultados de serviços financeiros não conseguiram mitigar totalmente esses impactos no lucro.
Eles afirmam que os números ainda sofrem pressão de rentabilidade das conversões e legados do Grupo Big e maiores despesas financeiras decorrentes da maior alavancagem e alta de juros.
Os números também foram ajudados por uma base de comparação mais tranquila com o quarto trimestre de 2021. O desempenho do varejo teve queda nos volumes, dada a inflação ainda elevada.
A XP tem recomendação neutra para Carrefour Brasil, com preço-alvo em R$ 19, potencial de alta de 35,3% sobre o fechamento de ontem.
Risco sacado é de cerca de 14% da dívida líquida
As operações de risco sacado do Grupo Carrefour Brasil no último trimestre somaram R$ 3,77 bilhões, o equivalente a cerca de 14% da dívida líquida da companhia. O varejista divulgou há pouco seus resultados financeiros e operacionais do quarto trimestre e do consolidado de 2022.
De acordo com as notas explicativas da companhia, o saldo de títulos antecipados pelos fornecedores somava R$ 3,77 bilhões ao final de dezembro de 2022.
“É uma prática de mercado, todos os varejos fazem essa operação, mas nós não aproveitamos para estender a dívida, só atuamos como intermediário”, afirma o diretor financeiro da companhia, David Murciano.
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