WEG, Braskem, Marcopolo: Tarifas de Trump sobre México mexem com ações brasileiras

Braskem, WEG, Gerdau, Marcopolo e Fras-le são alguns exemplos de companhias que podem sofrer consequências

Instalações da Braskem. Foto: Divulgação/Braskem
Instalações da Braskem. Foto: Divulgação/Braskem

Ações de empresas brasileiras com operações no México tiveram desempenhos mistos nesta segunda-feira (3). Essa situação é consequência direta das tarifas anunciadas pelo governo Donald Trump nos Estados Unidos.

Nesse sentido, papéis de companhias nacionais com operações no México estiveram entre os destaques na B3 nesta segunda-feira.

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Foram os casos de Marcopolo (POMO4), WEG (WEGE3), Braskem (BRKM5) e de Fras-le (FRAS3).

O governo norte-americano anunciou no sábado (1) tarifas adicionais sobre exportações de México (25%), Canadá (25%, exceto petróleo, com 10%) e China (10%).

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Mas a presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta segunda-feira acordo com os Estados Unidos para postergação do início da cobrança por um mês.

Além disso, em relatório desta tarde o Bank of America afirmou que as empresas multiindustriais podem compensar o impacto das tarifas por meio de aumento de preços e outras medidas.

Mais do que isso, algumas poderiam até se beneficiar pelo fato de também terem unidades nos EUA, o que poderia até favorecê-las.

WEG (WEGE3) pode ter impacto limitado, diz Itaú BBA

A WEG tem operações no México desde 2000 e, em 2024, anunciou investimento de R$ 100 milhões para construção de uma nova fábrica naquele mercado.

Pelas contas do Itaú BBA, a fabricante de motores elétricos Weg (WEGE3) tem cerca de 1/4 da receita líquida exposta ao mercado dos Estados Unidos.

Deste universo, cerca de um terço dos produtos são fabricados nos EUA, outro terço no México e o restante em outras regiões.

No final, aproximadamente 8% da receita líquida da empresa ficaria exposta ao ambiente de tarifas mais altas, calculou o banco.

“A flexibilidade (da WEG) pode minimizar os impactos (das tarifas maiores)”, escreveu o analista do BBA Daniel Gasparete, em relatório também desta segunda-feira.

De todo modo, WEGE3 recuou 2,5%, a R$ 53,66.

Braskem (BRKM5) e México: grandes expectativas

A Braskem (BRKM5) teve no México 16% do lucro operacional do terceiro trimestre de 2024, dado mais recente disponível.

A companhia, que se apresenta como uma das maiores petroquímicas do mundo, opera naquele país por meio da joint venture Braskem Idesa, no estado de Veracruz.

Lá, a companhia tem quatro plantas industriais, sendo três de polietileno.

Além disso, a companhia investe US$ 580 milhões em um terminal de importação de etano, com capacidade de 80 mil barris por dia. O terminal no estado de Veracruz deve começar a fornecer matéria-prima de etano para a planta de polietileno ainda neste primeiro trimestre de 2025.

Na B3, BRKM5 teve baixa de 5,3%, a R$ 13,08.

Gerdau (GGBR4) montou unidade no México para aços especiais

Em maio de 2024, a Gerdau anunciou planos de investir cerca de R$ 500 milhões na produção de aços especiais no México, com capacidade de 600 mil toneladas/ano.

Mas a Gerdau também já opera quatro fábrica de aços nos Estados Unidos.

Então, assim como a Weg, teria capacidade de usar a estratégia da flexibilidade para minimizar efeitos de tarifas maiores sobre o México. GGBR4 subiu 1,3%, a R$ 17,45.

México é unidade importante da Marcopolo (POMO4)

No caso da fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo (POMO4), o dia foi de volatilidade.

A ação da companhia caiu durante boa parte da sessão. No final, reverteu para alta de 0,5% na B3.

A companhia gaúcha tem operações internacionais na Austrália, África do Sul e China.

Porém, sua unidade no México é a maior delas em números de produção, segundo o balanço da companhia do terceiro trimestre de 2024.

Fras-le (FRAS3) fez maior aquisição da história no México

Fras-le é outro caso de grupos nacionais que fizeram grandes investimentos no México apostando no nearshoring.

Assim, em junho de 2024, a Fras-le anunciou a compra, por R$ 2,1 bilhões, das operações do grupo mexicano Kuo.

Fabricante de autopeças, a Fras-le é parte do grupo Randoncorp, que tem também a Randon (RAPT4).

Na B3, FRAS3 fechou a sessão volátil em alta de 0,3%, a R$ 21,71.

A Fras-le é um exemplo de companhias do Brasil que fizeram investimentos robustos no México.

O nearshoring diz respeito a geografias que recebem investimentos, como para construção de fábricas, para vender a grandes mercados vizinhos.

Por exemplo, o México é um nearshoring em relação aos Estados Unidos.

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