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Ações da Petrobras caem mais de 5% com dividendos de volta aos holofotes
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) tiveram forte queda na bolsa de valores nesta quarta-feira (28).
A desvalorização esteve relacionada a uma entrevista do CEO da empresa, Jean Paul Prates, para a Bloomberg, revelando a intenção de reduzir os dividendos pagos pela empresa para focar em investimento em energia renovável.
Nesse sentido, as ações da Petrobras caíram 5,16% (PETR4) e 5,39% (PETR3). As cotações são das 18h07 e podem sofrer atualizações.
“Por mais que exista a desconfiança de que vai ter uma intervenção maior na Petrobras, do risco envolvido, a política de dividendos ainda valia a pena com o preço do petróleo subindo bastante e cada vez maior presença do petróleo do pré-sal nas receitas da companhia”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
Histórico de investimentos da Petrobras (PETR3; PETR4) preocupa
Assim, para Leandro Petrokas, diretor de Research da Quantzed, uma eventual mudança na política de dividendos “apresenta um risco adicional ao case, que nos últimos anos foi um dos maiores pagadores de dividendos do mundo”.
Além disso, ele destaca os receios do mercado com aquisições e investimentos da petroleira, que “não possui um bom track record de aquisições de unidades de empresas, vide Braskem e Pasadena”, complementa.
Prates prega cautela com pagamento de dividendos
“Precisamos ser cautelosos”, disse Prates ao ser perguntado sobre distribuição de dividendos extraordinários. “Estamos no meio dessa grande decisão de nos tornarmos uma empresa de petróleo em transição”, complementou.
Por outro lado, ele descartou na entrevista para a Bloomberg “mudanças drásticas” na estratégia de distribuição de dividendos.
Petrobras (PETR3; PETR4) solta comunicado ao mercado
Em comunicado ao mercado após a entrevista, a Petrobras (PETR3;PETR4) afirmou que “não há qualquer decisão tomada em relação à distribuição de dividendos ainda não declarados”.
Dessa forma, ainda de acordo com a companhia, as decisões sobre dividendos, incluindo a proposta de destinação do resultado a ser submetida à aprovação da Assembleia Geral Ordinária marcada para 25/4/2024, “serão tomadas com base na nova Política de Remuneração aos Acionistas da Companhia”.
Essa nova política foi aprovada pelo Conselho de Administração em julhos do ano passado.
“A Petrobras reforça, por fim, que busca, por meio Política (sic), garantir a sua perenidade e sustentabilidade financeira de curto, médio e longos prazos e conferir previsibilidade ao fluxo de pagamentos da remuneração aos acionistas”.
Realização antes do PCE
Então, a fala de Prates é acompanhada de uma realização de lucros depois de a Petrobras (PETR3; PETR4) atingir níveis importantes de preço nos últimos dias, e às vésperas da apresentação do PCE, indicador de inflação dos Estados Unidos que pode mostrar a economia mais forte e receios relacionados ao futuro dos juros na maior economia do mundo, que pode levar a uma saída dos investidores de ativos de risco.
“Graficamente, a Petrobras atingiu na semana passada o topo do ativo, batendo R$ 42,94, batendo hoje de novo. Estamos falando no mês de uma formação de topo duplo, o que é uma leitura bem interessante para realização do ativo”, diz Alan Martins, analista da Nova Futura.
Além disso, perdeu áreas de grandes negociações desde as últimas semanas. “Com essa declaração foi o start para uma realização, que na verdade, onde está agora, é um suporte bem importante para o ativo”, avalia Martins.
Dessa forma, o especialista destaca também a apreensão do mercado com a divulgação do PCE amanhã nos Estados Unidos, o indicador de inflação preferido do Fed para manejar a política de juros.
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