XP: Usiminas seguirá com dificuldades, e ações devem ter desempenho discreto
Analistas dizem que a empresa está focada na reforma do forno 3 e no reparo das coquerias, mas melhora viria só no segundo semestre de 2023
A Usiminas (USIM3 e USIM5) ainda deve enfrentar um momento operacional negativo nos próximos meses, com pressão de custos, capital de giro e caixa, reduzindo a visibilidade da empresa e atração por parte dos investidores, diz a XP.
Os analistas André Vidal e Helena Kelm escrevem que a empresa está focada na reforma do forno 3 e no reparo das coquerias, o que pode resultar numa melhora no desempenho operacional no segundo semestre de 2023.
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Durante evento para investidores, a Usiminas apontou que o cenário político no Brasil, o risco de recessão global e a situação econômica da China serão os impulsionadores dos preços e demanda por aço no próximo ano.
“Para o quarto trimestre, a Usiminas espera custos estáveis, pois não vê nenhum evento importante que possa impactar os custos no trimestre”, diz o relatório. O capital de giro deve ser maior, com acúmulo de estoque. Novos projetos estão sendo discutidos, mas a Usiminas não deve esperar mudanças na política de alocação de capital.
A XP tem recomendação neutra para Usiminas, com preço-alvo em R$ 15,50. Há pouco, as ações tinham queda de 4,73%, cotadas em R$ 7,25.
Preço do minério
Os preços do minério de ferro voltaram a cair no mercado transoceânico nesta segunda-feira (28), após três sessões consecutivas de ganhos, na contramão dos contratos futuros.
Protestos na China contra a política de covid zero e a nova redução na taxa de depósito compulsório para a maior parte dos bancos chineses, com vistas a injetar recursos na economia local, segundo participantes do mercado, sustentam algum otimismo.
Segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro recuou 0,75% no norte do país asiático, para US$ 98,90 por tonelada.
Com isso, a principal matéria-prima do aço passou a exibir valorização acumulada de 24,4% em novembro. No ano, as perdas no mercado à vista giram em torno de 17%.
Os contratos futuros, por outro lado, mantiveram-se em terreno positivo. Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, para janeiro, subiram 2,4%, a 755,50 yuan por tonelada.