Americanas já começa a ver concorrentes ocuparem parte do seu mercado, diz Bradesco BBI

Banco atualizou estimativas para Magazine Luiza, Via e Mercado Livre, esperando receitas, GMV e lucro maiores do que as projeções anteriores

Homem passa por loja da Americanas em Brasília. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Homem passa por loja da Americanas em Brasília. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

A participação de mercado da Americanas (AMER3) já está prejudicada após a companhia entrar com pedido de recuperação judicial e a redistribuição das suas operações para outras empresas do setor explica, em parte, a alta de 23% recente das ações do setor, diz o Bradesco BBI.

Na avaliação de analistas liderados por Pedro Pinto, o setor de comércio eletrônico ainda tem fundamentos desafiadores, como baixos retornos e necessidade intensa de investimentos, mas a saída da Americanas do cenário pode trazer maior racionalidade, impulsionando margens e lucro das companhias.

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Em relatório, o banco atualizou estimativas para Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Mercado Livre (MELI), esperando receitas, volume bruto de mercadorias e lucro maiores do que as projeções anteriores em 2023 e 2024, com a perspectiva de melhorias operacionais com a redistribuição da participação de mercado da Americanas.

No entanto, o Bradesco BBI alerta que as empresas são muito expostas ao cenário macroeconômico, o que mantém o cenário incerto, uma vez que as incertezas no Brasil ainda devem permanecer por mais tempo. As empresas precisam ganhar escala em produtos de baixo tíquete e alta recorrência para sair desse ciclo, ponderam.

A preferência do banco é por Mercado Livre, com maior diversificação de volume de mercadorias, menor exposição a categorias cíclicas, maior alcance geográfico, alavancagem baixa e melhores retornos sobre investimento.

Magazine Luiza e Via vêm depois, com riscos de crédito evidentes, uma vez que após o deblacle da Americanas em janeiro, bancos vão ter mais critério na cessão de capital, aumentando custos em um momento onde os juros permanecem altos.

O Bradesco BBI tem recomendação de compra para Mercado Livre, com preço-alvo em US$ 1.550 para as ações negociadas na Nasdaq, em Nova York. Já Magazine Luiza e Via têm recomendação neutra, com preços-alvos em R$ 5 e R$ 2,80, respectivamente.

Há pouco, as ações de Magazine Luiza subiam 2,33%, cotadas em R$ 4,39, enquanto Via avança 4,26%, cotada em R$ 2,45. Mercado Livre tem alta de 1,23%, cotada em US$ 1.229,25.

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