Apenas 40% dos fundos de ações ativos batem Ibovespa em 2023

Levantamento da consultoria Comdinheiro também mostrou que, desde 2013, só em 5 anos a maioria dos fundos superou o índice

Saiba qual ação vai pagar os melhores dividendos, segundo analistas - Foto: Daniel Texeira/Estadão Conteúdo
Saiba qual ação vai pagar os melhores dividendos, segundo analistas - Foto: Daniel Texeira/Estadão Conteúdo

Pela primeira vez em quatro anos, o Ibovespa está perto de fechar com rentabilidade superior à do CDI.

Esse desempenho, porém, não vai ser aproveitado pela maioria dos investidores de fundos de ações brasileiros.

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Segundo levantamento da consultora Comdinheiro feito a pedido da Inteligência Financeira, no espaço de 12 meses até novembro, apenas 40% de um universo de 2.155 fundos de ações tiveram rentabilidade superior aos 14,8% do Ibovespa no período.

Esse número se compara com uma Selic média de cerca de 12,4% no mesmo intervalo.

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O desempenho majoritariamente inferior ao do principal índice acionário brasileiro, no entanto, não foi exceção.

Em 2022, apenas 18,8% dos fundos haviam obtido retornos acima do observado pelo Ibovespa.

Na verdade, desde 2013 apenas em cinco anos mais de metade dos fundos bateu o índice.

E em apenas dois (2013 e 2015), cerca de 7 em cada 10 fundos tiveram retornos melhores do que o benchmark.

O fraco desempenho do setor como um todo ocorreu num período nos quais as ações já têm tido performance fraca.

Em 2022, o Ibovespa acumulou valorização de 11,6%, após dois anos no vermelho.

Neste ano até a quarta-feira (20), o índice avançou pouco mais de 19%, após uma escalada a partir de novembro.

Contra o ciclo

Para o diretor da Comdinheiro, Filipe Ferreira, os resultados podem refletir decisões equivocadas de gestores de carteiras e dos próprios investidores.

Isso porque o investidor de fundos no Brasil, explicou, tem um perfil predominantemente cíclico.

Ou seja: tende a investir em ativos que já estão em ciclos de alta e a sair deles quando caem, o que potencializa os preços para cima e para baixo.

Isso é o contrário do que gestores de renda variável muitas vezes preferem fazer, já que uma queda acentuada de preços pode ser um bom ponto de compra para quem investe no longo prazo.

“Quando o investidor prefere resgatar um fundo com cotações em baixa, o gestor fica mais engessado”, disse Ferreira.

Resgates de investimento

De fato, na trilha dos fracos resultados em termos de rentabilidade, os fundos de ações têm tido perdas sucessivas de recursos de investidores.

Segundo dados da Anbima, nos primeiros 11 meses de 2023 os fundos de renda variável tiveram resgates líquidos de R$ 25,3 bilhões.

Isso, depois de em 2022 a saída líquida já ter superado os aportes em R$ 26,95 bilhões.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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