JPMorgan espera concorrência acirrada para Assaí com OPA do Carrefour; ações recuam
JPMorgan espera concorrência mais acirrada para Assaí (ASAI3) após Carrefour sair da bolsa e rebaixa Pão de Açúcar (PCAR3) para 'venda'
A OPA do Carrefour (CRFB3) deve elevar a concorrência do varejo brasileiro e deteriorar o cenário do setor no Brasil, atingindo especialmente o Assaí (ASAI3). É o que diz o banco americano JPMorgan que, nesta terça-feira (18), rebaixou de neutro para venda as ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Os papéis das duas redes de varejo de alimentos estão entre as principais quedas do Ibovespa hoje.
O JPMorgan afirma no documento que a inflação de alimentos vem “desacelerando na margem” do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A média do aumento de preço dos insumos em supermercados e atacados deve recuar para 6,5% até junho deste ano, queda em relação aos 8,0% no mesmo período de 2025.
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O que o JPMorgan vê para o Assaí (ASAI3) após OPA do Carrefour
A queda de inflação de alimentos retira impulso para vendas em mesmas lojas de Assaí, Carrefour e Pão de Açúcar. Nas maiores empresas do setor, também significa queda na vantagem competitiva dentro do varejo nacional, indica o JPMorgan.
Além disso, em janeiro, tanto o Assaí quanto o Atacadão não repassaram os preços de suas lojas em São Paulo.
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A deslistagem do Carrefour na bolsa também amarga o tom dos analistas do banco americano para o setor de varejo. A OPA, que ainda deve ser aprovada em assembleia geral extraordinária convocada pela companhia para março, deve deteriorar o ambiente competitivo no varejo, avalia o Morgan.
E é o concorrente direto do Atacadão, o Assaí, quem deve levar a pior, pontua o banco americano. Isso porque a varejista está focada no processo de redução de alavancagem e mira crescer menos que os concorrentes
Assim, no pregão, as ações do Assaí (ASAI3) na bolsa de valores caem 3,47%, seguindo a cotação de 15h10 do pregão desta terça-feira (18).
Analistas disseram à Inteligência Financeira que a OPA do Carrefour pode atrair investidores estrangeiros para os papéis do varejo e aumenta, portanto, o valor de concorrentes listados na bolsa.
A ação de varejo preferida para atravessar os juros altos
Por outro lado, em um cenário de juros mais alto e desaceleração da inflação, o JPMorgan aposta nas ações do Grupo Mateus (GMAT3) como destaque no varejo.
“O Grupo Mateus deve continuar com o melhor desempenho operacional do setor e, sob alavancagem baixa, achamos que o papel negocia a um desconto injusto”, dizem os analistas do banco. “O Grupo Mateus tende a se proteger melhor de uma competição mais aquecida”, acrescentam.
O prêmio de 11 vezes o preço sobre lucro por ação (P/L) do Grupo Mateus (GMAT3) é menor do que o desconto visto em Assaí (ASAI3), de 16 vezes.
Mesmo com visão mais positiva para o Grupo Mateus, as ações da empresa recuam 2,72%, às 15h10, no Ibovespa.
Banco rebaixa Pão de Açúcar (PCAR3) e ações tombam
No mesmo relatório, o banco rebaixa o Pão de Açúcar (PCAR3) de neutro para venda com base na pressão dos juros mais altos sobre a geração de caixa da companhia.
Há também, na avaliação dos analistas, uma dificuldade do Pão de Açúcar em se desalavancar. “As alternativas de diminuição de dívida são limitadas”, aponta o Morgan.
Assim, as ações do Pão de Açúcar desabam nesta terça-feira. Às 15h10, o papel do GPA recua 6,05% no Ibovespa.
