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Banco Inter: o que explica a recuperação apesar da queda de 64% no valor da ação nos últimos 6 meses
As units do Banco Inter (BIDI11) foram o destaque do Ibovespa no pregão desta sexta-feira (7).
O papel liderou as altas do índice. Quem lê esta notícia e tem o papel na carteira pode ficar feliz, mas só se ficou por fora do mercado nos últimos dias. Mesmo com a recuperação de hoje, o papel cai 5,95% no ano que começou na última segunda-feira para a Bolsa.
Não é de hoje que os papéis do banco digital vão mal na Bolsa. Nos últimos seis meses, BIDI11 acumula queda de mais de 64%, uma notícia ruim para uma ação de crescimento.
O tombo recente do papel não pode ser explicado por fatos relevantes ou comunicados, mas por um burburinho do mercado. As conversas de bastidores dão conta que o fundo Ponta Sul, que tinha cerca de 12% de participação no banco digital, vendeu parte de suas cotas.
O portal Mais Retorno, especializado em fundos de investimento, publicou que o gestor do Ponta Sul, Flávio Calp Gondim, conhecido como Monstro do Leblon, perdeu R$ 8,9 bilhões com a queda das ações.
Também pesa sobre o papel a expectativa de aumento de juros antes do esperado pelo banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed). Isso porque o banco está em crescimento e a Bolsa é um importante canal de capitalização. Um mercado em baixa ou estagnado é ruim para esta e outras ações da Bolsa.
Phil Soares, chefe de análise de ações na Órama, e João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos, explicam que as empresas de crescimento são muito afetadas pelas expectativas de alta nos juros. “A maior parte do valor da empresa está lá no futuro, num horizonte longo. A geração de caixa não é grande, mas há a expectativa de que ela tenha maior capacidade no futuro e com alta dos juros o desconto no fluxo de caixa é maior”, diz Freitas.
As expectativas sobre os juros nos Estados Unidos também ajudam a explicar a recuperação ensaiada nesta sexta-feira. Dados sobre a criação de vagas de emprego nos Estados Unidos vieram abaixo do esperado pelo mercado, o que pode fazer bem à Bolsa brasileira, já que uma grande aceleração do mercado de trabalho no país serviria de argumento para o Fed retirar os estímulos à economia mais cedo que o esperado.
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