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Dólar sobe e encosta nos R$ 5,30; Ibovespa fecha em queda de 0,32% sob pressão de commodities
A bolsa de valores hoje fechou em queda, na contramão das bolsas americanas, que seguem em alta e nas máximas históricas. Nesse sentido, especula-se um arrefecimento da economia permitirá ao Federal Reserve (banco central dos EUA) reduzir as taxas de juros ainda este ano.
“Os rendimentos dos títulos do Tesouro mantêm-se estáveis após a maior queda de dois dias neste ano, com o foco dos mercados voltado para os dados de emprego do setor privado”, avalia a Guide, em relatório.
Por aqui, as empresas relacionadas a commodities ajudaram a derrubar o índice, com destaque para petroleiras, mineradoras e siderúrgicas.
Assim, 3R e PetroReconcavo desceram mais de 2%. Petrobras contrariou tendência das junior oils e fechou em leve alta.
Entre as empresas relacionadas ao comportamento do preço do minério de ferro, Vale, Usiminas, Gerdau e CSN registraram perdas.
Assim, o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,32% nesta quarta-feira (5), a 121.407 pontos. Esta é a sexta queda consecutiva do índice.
Dólar hoje
Ao mesmo tempo, o dólar voltou a subir. A moeda norte-americana teve valorização de 0,23%, a R$ 5,2971. Nas máximas, a divisa dos EUA chegou a ultrapassar os R$ 5,30.
A queda do real está relacionada à depreciação do minério de ferro no mercado internacional. Além disso, o sobe e desce dos preços do petróleo também favoreceram a valorização do dólar ante as moedas de países produtores dessa commodity.
No exterior, o dólar também subiu. O DXY avançou 0,18%, a 104,29 pontos.
Ações em alta
- C&A (CEAB3) 6,70%
- Magazine Luiza (MGLU3) 4,64%
- Sabesp (SBSP3) 4,47%
- Light (LIGT3) 4,29%
- Plano e Plano (PLPL3) 4,08%
Ações em baixa
- Biomm (BIOMM3) -12,65%
- Oncoclínicas (ONCO3) -11,41%
- Qualicorp (QUAL3) -9,55%
- Infracommerce (IFCM3) -9,30%
- Viveo (VVEO3) -8,82%
Os rankings contemplam ações com alto volume, que participam ou não do Ibovespa e outros índices. As cotações foram apuradas entre as 17h30 e as 17h45.
Bolsas mundiais: Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em forte alta hoje e dois dos seus três principais índices acionários terminaram o pregão com pontuações recordes. O dia foi de amplo apetite por risco em Wall Street diante do otimismo dos investidores com o ciclo de corte de juros do Federal Reserve (Fed). As bolsas ainda se beneficiaram da valorização robusta de diversas ações de empresas beneficiadas pela crescente demanda por inteligência artificial (IA) generativa.
O índice S&P 500 subiu 1,18%, a 5.354,03 pontos, e o Nasdaq avançou 1,96%, a 17.187,90 pontos, ambos em seus maiores patamares históricos. Já o Dow Jones teve alta moderada de 0,25%, a 38.807,33 pontos, abaixo do seu recorde de mais de 39 mil pontos.
O foco ficou sobre sinais de que o mercado de trabalho dos Estados Unidos está em constante desaceleração, o que pode fazer com que o Fed adote um ciclo de corte de juros mais agressivo a partir deste ano. A American Data Processing (ADP) estimou que o setor privado americano contratou menos em maio do que nos três meses anteriores, enquanto o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) registrou contração do emprego no setor de serviços do país no mês passado.
Com o mercado de trabalho no centro das atenções, a recuperação do índice de gerentes de compras (PMI) dos Estados Unidos em maio a nível maior que o esperado não foi suficiente para conter o ânimo dos investidores.
Entre as ações, os destaques deste pregão foram novamente as empresas de tecnologia beneficiadas pela forte demanda por IA generativa. A Nvidia, principal fabricante de hardware para o setor, subiu 5,16% e se tornou a terceira empresa americana da história a atingir valor de mercado superior a US$ 3 trilhões, junto de Apple e Microsoft.
Já a HP divulgou um balanço melhor que o esperado, puxado pelos ganhos com o setor de IA generativa, e a ação da empresa saltou 10,7%. Broadcom (+6,18%) e Micron Technology (+5,58%) também estiveram entre as “techs” que puxaram os ganhos da bolsa nova-iorquina nesta quarta-feira (5).
Europa
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quarta-feira impulsionadas pelos dados mais fracos do mercado de trabalho nos EUA indicando uma potencial desaceleração na abertura de vagas, elevando as expectativas de um corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no fim do ano.
No fechamento, o índice Stoxx 600 subiu 0,85%, a 521,42 pontos, o FTSE 100, da Bolsa de Londres, avançou 0,20%, a 8.248,39, o DAX, de Frankfurt, anotou alta de 0,89%, a 18.570,27, e o CAC 40, de Paris, escalou 0,87%, a 8.006,57 pontos.
Tanto o relatório Jolts como o ADP – que mede a temperatura do setor privado americano – mostraram redução no número de vagas em abril. Já o índice de gerente de compras (PMI) de serviços de maio surpreendeu e veio acima do esperado, mostrando que a atividade segue resiliente. O dado anotou 53,8, voltando para território expansionista depois de registrar 49,4 em abril.
Focando no mercado de trabalho, a analista Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown, disse que dados mais fracos indicam que o poder de negociação dos empregados americanos para obter altas salariais está mais frágil, aumentando as expectativas de que a pressão resiliente sobre os salários irá diminuir.
O suporte para as bolsas veio também do corte de juros em 0,25 ponto percentual (p.p.) pelo Banco do Canadá, o que abre caminho para um corte de igual tamanho pelo Banco Central Europeu (BCE) amanhã. Com o corte já precificado, o mercado vai ficar de olho nos comentários da presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, e nos caminhos que ela pode indicar para os próximos movimentos do banco.
Para Carsten Brzeski, economista macro do banco ING, Lagarde deve apontar que irá reduzir muito gradualmente o nível de restrição da política monetária sem acabar com a restritividade. Mas ele alerta que um ciclo prolongado de afrouxamento monetário apenas será possível se a inflação voltar rapidamente para meta de 2%. “Qualquer sinal de retorno da inflação ou de uma atividade econômica mais forte limitará o espaço de manobra do BCE”, disse, em nota.
Emprego nos EUA
O setor privado dos Estados Unidos abriu 152 mil postos de trabalho em maio, segundo pesquisa divulgada há pouco pela Automatic Data Processing (ADP) feita em conjunto com o Stanford Digital Economy Lab.
O resultado ficou abaixo das expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 175 mil novos empregos.
O dado de maio também representa uma forte desaceleração ante o levantamento de abril e março da ADP, quando foram criados respectivamente 188 mil e 208 mil empregos nos dados revisados.
Produção industrial no Brasil
A indústria nacional apresentou uma variação de -0,5% na passagem de março para abril. Por outro lado, na comparação anual, há uma expansão de 8,4%.
Apesar do geral ter ficado no campo negativo, houve uma predominância de resultados positivos. “Mais uma vez, o que puxou o indicador foi a indústria extrativa (-3,4%) e os produtos alimentícios (-0,6%), setores que representam cerca de 30% do peso industrial”, diz Igor Cadilhac, economista do PicPay.
“Olhando à frente, a nossa perspectiva é de uma indústria relativamente positiva neste ano”, continua.
Europa também pode dar algum impulso aos ativos de risco
Outro grande evento de desta semana é a reunião do Banco Central Europeu na quinta-feira, onde é amplamente esperado que os oficiais reduzam as taxas de juros do atual nível recorde.
“No entanto, o aumento da inflação na zona do euro está sendo cada vez mais comparado ao cenário dos EUA, gerando preocupações de que, no futuro, o BCE possa enfrentar obstáculos semelhantes aos do Fed para continuar reduzindo as taxas”, acrescenta a Guide.
Com informações do Valor Econômico
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