Bolsa brasileira está barata e cenário é “bastante positivo”, avalia Franklin Templeton

Melhor expectativa econômica ajudou a B3 receber cerca de R$ 16 bilhões em investimento estrangeiro em agosto; ainda tem espaço para mais

Foto: Silvia Zamboni/Valor
Foto: Silvia Zamboni/Valor

O cenário para a bolsa brasileira é “bastante positivo”, afirma o CIO de Renda Variável da Franklin Templeton, Frederico Sampaio, em carta mensal.

Ele explica que, mesmo com a alta da bolsa em agosto, o indicador preço/lucro está em 6,3 vezes, ante média histórica de 11,5 vezes.

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O documento lembra, ainda, que a perspectiva para o crescimento do PIB brasileiro em 2022 tem sido revisada para cima e hoje já está na casa dos 3%. Além disso, a expectativa do mercado é de que o país já comece a reduzir juros no ano que vem.

Crescimento em agosto

Para Sampaio, a melhor expectativa econômica para o Brasil ajudou a B3 receber em torno de R$ 16 bilhões em investimento estrangeiro em agosto mesmo num período de queda de commodities como petróleo Brent, minério de ferro e soja.

“Embora a queda das commodities possa motivar revisões para baixo dos lucros das empresas produtoras, como as petroleiras, mineradoras e siderúrgicas, o PIB mais forte combinado com menores taxas de juros acarretariam revisões para cima dos lucros das empresas ligadas ao mercado doméstico”, escreve o gestor.

“Com isso, o cenário ficaria bastante positivo para a bolsa local. Em contrapartida, a indefinição fica por conta do cenário após a eleição presidencial que se aproxima”, avalia Sampaio.

Descolamento do Ibovespa

Mesmo no mês de agosto, a carta lembra que já houve “descolamento entre o comportamento dos ativos brasileiros versus os ativos internacionais”.

O Ibovespa subiu 6,16% no mês passado enquanto, em países desenvolvidos, as bolsas caíram entre 4% e 5%.

Já a curva de juros DI se deslocou para baixo em aproximadamente 75 pontos base, enquanto, nos EUA, o rendimento da T-note de 10 anos voltou para a casa dos 3%.

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