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Bolsas da Ásia fecham em queda diante de preocupações com política monetária e crescimento
As bolsas da Ásia fecharam em baixa majoritária nesta quarta-feira (19), diante do temor de investidores acerca de bancos centrais persistentemente agressivos na política monetária em regiões como os EUA, a zona do euro e o Reino Unido, em face de indicadores de inflação resilientes.
Na seara local, há preocupação de que a recuperação da economia da China não se sustente após dados que pintaram um quadro misto para o país.
A madrugada teve como destaque os índices de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro – que avançou 0,9% em março ante fevereiro e teve alta anual de 6,9%, como esperado – e do Reino Unido – cujo aumento de 0,8% na base mensal e de 10,1% no período de 12 meses até março superou as previsões de analistas.
Para o economista-chefe para zona do euro da Pantheon Macroeconomics, Claus Vistesen, os dados do bloco monetário sugerem que o Banco Central Europeu (BCE) terá de subir os juros em mais 0,5 a 0,75 ponto percentual (p.p.). Sua previsão é de o BCE pode optar por encerrar o ciclo de aperto já na próxima reunião em maio, com uma alta de 0,5 p.p., ou dividi-la em duas altas de 0,25 p.p., estendendo o aumento dos juros até junho.
Já quanto ao Reino Unido, a inflação de dois dígitos pelo sétimo mês consecutivo deve fazer com que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) volte a subir os juros em mais 0,25 p.p. no mês que vem, diz James Smith, economista de mercados desenvolvidos do banco holandês ING.
Japão
Em meio a dados que sugerem mais aperto monetário no ocidente, as bolsas asiáticas tiveram um dia de apetite por risco contido. O índice Nikkei, de Tóquio, fechou em baixa de 0,18%, a 28.606,76 pontos, e o sul-coreano Kospi subiu 0,16%, a 2.575,08 pontos.
China Continental e Hong Kong
As principais baixas, contudo, vieram dos mercados chineses. O índice Xangai Composto devolveu toda a alta acumulada ontem ao recuar 0,68% nesta quarta-feira, a 3.370,13 pontos, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, aprofundou as perdas da véspera ao baixar 1,37%, a 20.367,76 pontos.
A principal preocupação do investidor local é de que a recuperação em curso da economia chinesa não se sustente em meio a uma produção industrial que ficou abaixo do esperado em março e números de inflação ao consumidor bem aquém da meta de 3% do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês).
No momento, a recuperação é impulsionada pela forte demanda de consumidores, que fez com que as vendas no varejo saltassem em março, o suficiente para que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês do primeiro trimestre superasse as expectativas ao registrar alta anual de 4,5%.
Segundo analistas do ING, o mau humor nos mercados chineses também pode estar ligado à perspectiva de menor estímulo fiscal de Pequim, após o PIB surpreendente do período de janeiro a março.
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