Bolsas asiáticas, europeias e futuros de NY avançam com busca por oportunidades em ações
Fortes quedas da semana pasada deixaram alguns papeis atraentes
A maioria das Bolsas de Valores na Ásia e na Europa tem alta e os índices futuros de Wall Street também apontam para uma segunda-feira (6) em território positivo enquanto os investidores buscam boas oportunidades em ações. Após as fortes quedas da semana passada, alguns papeis estão baratos demais considerando as perspectivas de médio e longo prazo para as respectivas empresas.
Após ajustes, o índice Xangai Composto fechou em alta de 1,28%, aos 3.236 pontos, enquanto o índice Hang Seng, em Hong Kong, encerrou com valorização de 2,71%, aos 21.654 pontos. Os ganhos foram liderados pelas ações de energia renovável, tecnologia e também do setor de saúde. A Bolsa de Tóquio subiu 0,56%, aos 27.916 pontos, enquanto a de Sidney caiu 0,45%, aos 7.206 pontos. As bolsas de Jacarta e de Cingapura também caíram. Não houve pregão na Coreia do Sul, devido a um feriado.
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Uma pesquisa do Caixin mostrou que o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) referente à atividade no setor de serviços chinês seguiu em território contracionista pelo tercerio mês consecutivo em maio, em 41,4, mas encolheu a um ritmo mais lento do que no mês anterior, a 36,2, quanto atingiu o nível mais baixo em 26 mees. O dado confirma a direção apontada pelo PMI oficial divulgado na semana passada. “Tanto o PMI oficial quanto o do Caixin mostram que a recuperação da atividade do setor de serviços foi inferior à da indústria em maio”, comenta a economista-chefe do ING para China, Iris Pang, em relatório. Porém, para ela esse comportamento deve mudar à medida que os bloqueios relacionados à pandemia diminuem gradualmente.
Pequim voltou hoje a permitir refeições em ambientes fechados, enquanto Xangai suspendeu a maioria das restrições à atividade na semana passada, após um bloqueio de cerca de dois meses.
Europa
Por volta das 9h, o índice Stoxx Europe 600 subia 0,93%, aos 444.17 pontos. A Bolsa de Paris tinha alta de 1,18%, aos 6.562 pontos, e Frankfurt avançava 0,99%, aos 14.603 pontos, enquanto Londres avançava 1,49%, aos 7.645 pontos. As ações de mineradoras e petrolíferas conduziam os ganhos do índice britânico FTSE.
No entanto, o movimento de alta é mais amplo, com os setores imobiliário, financeiro e relacionados a viagens também no campo positivo. “No Reino Unido, os investidores se inspiraram nos movimentos mais dinâmicos nos mercados asiáticos após um fim de semana prolongado de feriado”, disse Richard Hunter, chefe de mercados da Interactive Investor, em nota.
Ainda no Reino Unido, a atenção está voltada a uma moção de censura contra o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, depois de alguns deputados dentro do Partido Conservador terem acionado o mecanismo na sequência de perda de popularidade devido em parte à polémica com festas em Downing Street durante os confinamentos da Covid-19. Os deputados do Partido Conservador vão reunir-se nesta segunda-feira no Parlamento para votar se afastam Johnson. Se houver uma maioria entre os 359 deputados do partido a favor de uma mudança, terá início um processo para encontrar um sucessor.
Mas o destaque desta semana na Europa fica com a reunião de política monetária do BCE, na quinta-feira (9). A expectativa é de que seja anunciado o fim do programa de compra de ativos, abrindo o caminho para futuras subidas nas taxas de juro na região. A dúvida, porém, se dá em relação à magnitude da alta.
Nova York
O apetite por risco em Wall Street ganha impulso da estabilização nos negócios com dólar e Treasuries, antes de novos dados econômicos nos Estados Unidos, que devem ajudar a calibrar as expectativas em relação ao Federal Reserve.
06/06/2022 07:14:14
Os futuros dos índices de ações em Nova York avançam nesta manhã, sinalizando uma recuperação após as fortes perdas da última sexta-feira, que resultaram em queda acumulada na semana passada. O apetite por risco ganha impulso da estabilização nos negócios com dólar e Treasuries, antes de novos dados econômicos nos Estados Unidos, que devem ajudar a calibrar as expectativas em relação ao Federal Reserve.
Às 9h, no pré-mercado, o futuro do Dow Jones subia 0,82%; o do S&P 500 tinha alta de 1,02%; e o do Nasdaq avançava 1,35%. Os três principais índices acionários americanos caíram na sexta-feira após os números sobre o emprego nos Estados Unidos (payroll) em maio, com o Dow Jones acumulando queda de 0,9% na semana passada; o S&P 500 perdeu 1,2%, enquanto o Nasdaq fechou em queda de 1%, no período.
O destaque desta semana em Wall Street fica com o índice de preços ao consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que sai na sexta-feira. O indicador de inflação deve subir 8,2% em maio em relação ao ano anterior, de +8,3% no período anterior, segundo economistas consultados pelo The Wall Street Journal (WSJ).
Excluindo alimentos e energia, a previsão também é de desaceleração para uma taxa anual de 5,9% em maio, de 6,2% no mês anterior. Os números podem confirmar a expectativa de parte do mercado financeiro, de que a inflação nos EUA atingiu o pico, depois de renovar a máxima em 40 anos em abril.
De um modo geral, os investidores seguem inquietos com a possibilidade de que altas agressivas, de 0,50 ponto percentual (pp), na taxa de juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve para conter a inflação, que está no nível mais elevado em quatro décadas, possa levar a economia americana a uma recessão.
“No atual paradigma, não se pode deixar de ponderar se o debate sobre um pouso suave [da economia dos EUA] para o Fed é algo em questão. Afinal, se o voo for cancelado e a bagagem for perdida, a natureza do pouso é realmente tão relevante?”, indaga, em comentário, o analista do BMO Capital Market, Ian Lyngen.