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Bolsas da Ásia fecham em alta, de olho em Ucrânia, inflação e petróleo
Os principais mercados acionários na Ásia encerraram a sessão desta terça-feira em alta, com os investidores de olho na guerra na Ucrânia, nos riscos inflacionários e no aumento nos preços de energia. O conflito no Leste Europeu e as sanções do Ocidente contra a Rússia elevam as preocupações em relação ao fornecimento de energia na Europa e quanto à recuperação econômica da pandemia.
Ao final da sessão regular, o índice japonês Nikkei 225 fechou em alta de 1,48%, aos 27.224 pontos, na volta do fim de semana prolongado depois do feriado de ontem. Na Coreia do Sul, o índice Kospi ganhou 0,89%, aos 2.710 pontos, enquanto na China, a Bolsa de Xangai subiu 0,19%, aos 3.260 pontos e Hong Kong teve alta de 3,15%, aos 21.889 pontos, com destaque para os ganhos nos setores imobiliário e de tecnologia.
O destaque ficou com o salto de 11% das ações do Alibaba, após a gigante chinesa do comércio eletrônico elevar o programa de recompra de ações em US$ 10 bilhões, para US$ 25 bilhões, provavelmente tornando-se a maior recompra de ações no setor da China.
Ainda na região Ásia-Pacífico, a Bolsa de Sydney avançou 0,86%, a da Indonésia subiu 0,66%, enquanto Cingapura (-0,11%) e Malásia (-0,09%) fecharam com ligeira queda.
A ausência de progresso nas negociações de paz para a guerra na Ucrânia e as sanções ocidentais contra a Rússia estão aumentando as preocupações sobre o fornecimento de energia para a Europa, ao mesmo tempo em que elevam os preços das commodities, com eventual impacto na recuperação econômica da pandemia por causa da inflação.
Para a economista-chefe da Ásia-Pacífico, Alicia Garcia Herrero, o conflito entre Rússia e Ucrânia tem impacto na economia chinesa, respingando, portanto, na atividade global. “A China precisará seguir uma linha tênue para evitar sanções ao tentar apoiar a Rússia, mas sem piorar as relações com o Ocidente, já que os três juntos [China, Rússia e Ocidente] são uma trindade impossível”, avalia.
Os investidores também analisaram o comportamento do mercado de ações em Nova York e dos rendimentos dos títulos soberanos dos Estados Unidos (Treasuries), depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que a autoridade monetária estava preparada para agir de forma mais agressiva, se necessário, para combater a inflação elevada.
“O mercado ouviu ontem Powell sugerir aumentar as taxas mais rapidamente, talvez ao ritmo de 0,50 ponto percentual (pp) e não de 0,25 pp em algumas reuniões, e removendo os estímulos quantitativos (QE, na sigla em inglês) de forma ainda mais agressiva”, resumiu o estrategista global do Rabobank, Michael Every.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico
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