Bolsas de NY caem com piora do humor em relação ao varejo americano
Os índices acionários de Nova York operam em queda no começo da sessão desta segunda-feira, interrompendo o rali das ações enquanto os investidores seguem à espera da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o BC americano).
Às 11h10, o Dow Jones operava em queda de 0,60%, a 33.948,91 pontos, enquanto o S&P 500 recua 0,85%, a 4.268,66 pontos, e o Nasdaq cede 1,34%, a 12.927,33 pontos. Com as perdas de hoje, tanto o Nasdaq quanto o S&P 500 passam a operar no vermelho em relação ao acumulado semanal, recuando cerca de 0,9% e 0,3% no período, respectivamente.
A atenção dos investidores segue voltada à divulgação da ata do Fed, às 15h (horário de Brasília), e uma leitura mais “hawkish” (favorável a aperto monetário) do que se esperava pode interromper o rali em Wall Street, que levou o Nasdaq e o S&P 500 a anotar quatro semanas consecutivas de ganhos na sexta-feira passada.
“A visão majoritária é de que o Fed não pode permitir um afrouxamento maior das condições financeiras e ainda conseguir manter a inflação sob controle”, diz o ING, em nota. “Isso reforça o argumento a favor de um tom amplamente mais ‘hawkish’ na ata”.
De fato, os contratos futuros dos indicam hoje que as apostas em um movimento de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Fed, de setembro, voltaram a ser majoritárias, com probabilidade implícita de 52,5%. Ontem, as apostas em um movimento menor, de 0,5 p.p., lideravam, com probabilidade de 59,0%, de acordo com dados do CME Group.
Os índices de Nova York vêm ameaçando interromper o rali desde a segunda-feira, mas receberam suporte dos balanços trimestrais nas duas últimas sessões. Ontem, porém, os resultados positivos do setor de varejo ajudaram muito mais o Dow Jones do que o Nasdaq, que fechou a sessão em queda.
Hoje, a ação da varejista americana Target recua 1,72% após a empresa registrar uma redução de 90% nos ganhos trimestrais. Já a Lowe’s, companhia americana do setor de materiais de construção, sobe 1,74% depois que a companhia anunciou que prevê um lucro maior do que o esperado em 2022.
Além disso, as vendas no varejo dos Estados Unidos registraram variação zero em julho em relação a junho, mas subiram 10,3% em relação a julho de 2021, de acordo com dados divulgados na manhã de hoje. O desempenho das vendas veio ligeiramente abaixo do projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de alta de 0,1%.
Em meio ao noticiário negativo sobre o varejo, as ações do setor de consumo discricionário lideram as perdas no S&P 500, recuando 1,24%, seguidas por quedas de 1,21% das ações de serviços de comunicação e de 1,20% do setor de matérias-primas. Apenas as ações dos setores de energia (+0,15%) e de serviços de utilidade pública (+0,21%) operam em terreno positivo.
O humor dos investidores também é pressionado pelos receios em relação à disparada da inflação no Reino Unido. O índice de preços ao consumidor (CPI) britânico apontou alta de 10,1% em julho, na sua maior leitura em mais de 40 anos de histórico, superando a expectativa dos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de alta de 9,8% no período.
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