Bolsas americanas fecham em queda com rendimentos dos Treasuries ainda em alta após Fed

A queda se deu em dia em que os rendimentos dos títulos do Tesouro voltaram a registrar ganhos, assim como o dólar acelerou seu avanço no exterior

Telão durante pregão da Bolsa de NY (NYSE) mostra discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Reuters/Andrew Kelly
Telão durante pregão da Bolsa de NY (NYSE) mostra discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Reuters/Andrew Kelly

Os índices das bolas de Wall Street recuam na manhã desta quinta-feira (3), seguindo o mau humor do mercado registrado ontem, após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed).

A queda se deu em dia em que os rendimentos dos títulos do Tesouro voltaram a registrar ganhos, assim como o dólar acelerou seu avanço no exterior, ainda sob efeito dos comentários de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), sobre um aperto monetário mais longo e com taxa final maior do que o esperado.

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Assim, a preocupação do investidor sobre uma recessão cresce um dia antes da divulgação dos dados de empregos, o “payroll”.

No fim das negociações, o índice Dow Jones terminou em queda de 0,46%, a 32.001,25 pontos, enquanto S&P 500 caiu 1,06%, a 3.719,89 pontos, e o Nasdaq recuou 1,73%, a 10.342,94 pontos.

Entre os onze índices setoriais do S&P 500, cinco fecharam em alta e seis em queda. Destaque ficou com o setor de energia, que subiu 2,04%, mesmo com os preços do petróleo em queda na sessão. Já na ponta das perdas, o setor de tecnologia foi bastante impactado, caindo 3%, em dia em que os rendimentos dos títulos do Tesouro americano voltaram a avançar.

Perto das 17h30, o yield da T-note de dez anos operava em alta, a 4,149%, de 4,105% do último fechamento, enquanto o retorno do papel de dois anos subia, a 4,720%, de 4,607% de ontem. Já o dólar no exterior seguia firme, com o índice DXY avançando 1,46%, a 1112,974 pontos.

“Um aperto mais lento das taxas não significa que os juros atingirão um pico em um nível mais baixo. Pelo contrário, embora o ritmo de aperto monetário deva diminuir, esperamos que a taxa terminal atinja 5%, em vez dos 4,75% anteriormente”, disse Bill Papadakis, estrategista macro do banco suíço Lombard Odier.

Segundo ele, o ritmo pode desacelerar já no próximo mês, mesmo antes de a inflação mostrar mais sinais de queda. “Portanto, esperamos um aumento da taxa de 0,50 ponto percentual em dezembro, seguido por aumentos de 0,25 ponto percentual em fevereiro e março, e não podemos descartar mais aperto em maio”, disse o economista.

A sessão de hoje também foi marcada por uma série de dados econômicos. A produtividade da mão de obra nos EU avançou 0,3% no terceiro trimestre (de uma expectativa de +0,4%), enquanto o custo de mão de obra cresceu 3,5% (de uma estimativa de 4%).

O Wells Fargo disse, em nota, que o baixo crescimento da produtividade não é incomum logo após as recessões, quando as contratações estão acompanhando a demanda. “Mas quando combinado com a força recente no crescimento da remuneração, o ganho mais fraco é um mau presságio para os esforços do Fed para domar a inflação”.

Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos Estados Unidos, em outubro, caiu para 54,4, enquanto o esperado era 55,5, conforme apontou o Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês).

“Abaixo das expectativas, mas ainda confortavelmente acima de 50 e consistente com uma expansão”, disse Ian Lyngen, estrategista do BMO Capital Markets, em nota. “O emprego foi um pouco preocupante em 49,1 outubro contra 53,0 setembro, sugerindo que o sentimento de contratação no setor de serviços mudou para o lado negativo.”

No noticiário de empresas, as ações da Boeing subiram 6,28% na sessão, em dia em que a companhia anunciou plano para se recuperar dos problemas com 737 MAX.

Já a empresa de vestuário esportivo Under Armour subiu 11,90%, depois que a empresa divulgou uma receita no segundo trimestre que superou as expectativas e ajustou sua orientação fiscal para o ano inteiro.

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