Bolsas de NY fecham em alta após inflação dos EUA elevar otimismo sobre política monetária do Fed
CPI desacelera pelo terceiro mês seguido, o que pode indicar um afrouxamento da política de juros do Fed
Os índices das bolsas dos Estados Unidos fecharam em alta nesta quinta-feira (12), após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos para o mês de dezembro. Os números vieram dentro das estimativas, indicando uma desaceleração da inflação americana.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,64%, a 34.189,970 pontos, o S&P 500 avançou 0,34%, a 3.983,16 pontos, e o Nasdaq terminou com ganhos de 0,64%, a 11.001,10 pontos.
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Inflação em desaceleração
Em dezembro, o CPI americano recuou 0,1% ante novembro e subiu 6,5% na comparação anual, após avançar 7,1% no acumulado de 12 meses até novembro.
Os números marcaram a terceira desaceleração seguida do CPI e indicam que o Fed deverá subir os juros em 0,25 ponto porcentual (pp) em fevereiro, avalia o ING. Para o banco, o BC deve seguir com um aumento de mais 0,25 pp em março e encerrar o ciclo de aperto monetário com juros de 5%.
A previsão do ING está em linha com o que o mercado precifica. Análise do CME Group mostra que há mais de 90% de probabilidade de alta de 0,25 pp mês que vem, enquanto o pico deve ficar em 5%, de acordo com a aposta majoritária.
A maioria dos investidores ainda projeta Fed funds na faixa de 4,25% a 4,5% em dezembro, o que demandaria ao menos dois cortes de juros até o fim do ano, considerando o pico de 5%.
Sinais do Fed não indicam consenso
Os sinais vindos do Fed, contudo, indicam que ainda há um debate sobre o tamanho do aperto em fevereiro.
Enquanto Susan Collins (Fed de Boston) e Patrick Harker (Fed da Filadélfia) defendem reduzir o ritmo da alta de juros, James Bullard (Fed de St. Louis) afirmou que prefere subi-los ao ritmo mais rápido possível até o nível apropriado – de pouco mais de 5%, segundo os dirigentes do BC.
Bullard ainda alertou que o mercado está otimista demais quanto à inflação, que pode demorar a reduzir à meta de 2% ou mesmo voltar a acelerar, o que exigiria nova resposta rígida do Fed.
Mercado de trabalho resiste
Outro fator que preocupa o Fed e economistas é a resiliência do mercado de trabalho americano. Segundo dados divulgados hoje, o número de pedidos de seguro-desemprego recuaram 1 mil na semana passada, a 205 mil, nível historicamente baixo.
“Dado o aperto no mercado de trabalho, o Fed ainda deve realizar um aumento final de 0,5 pp na próxima reunião do Fomc, antes de fazer uma pausa no restante de 2023”, projeta o Canadian Imperial Bank of Commerce (CIBC).