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Bolsas dos EUA fecham em alta e estendem otimismo com balanços corporativos
Os índices das bolsas dos EUA avançaram nesta terça-feira (18) com os resultados mais positivos dos balanços corporativos do trimestre, seguindo a tendência apresentada pelo Ibovespa hoje.
Os investidores também repercutem as declarações do novo ministro das finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, que suspendeu quase todo o plano fiscal desenhado por seu antecessor, Kwasi Kwarteng.
O índice Dow Jones fechou em alta de 1,12%, enquanto o S&P 500 subiu 1,14% e o Nasdaq avançou 0,90%.
Ao final do pregão da segunda-feira, o Dow Jones registrava alta de 1,86%, enquanto o S&P 500 e Nasdaq subiam 2,65% e 3,43%, respectivamente.
Setoriais
Mais uma vez todos os índices setoriais do S&P 500 terminaram com ganhos, com destaque para o segmento de consumo discricionário (+1,42%), em dia em que empresas de cruzeiro registraram fortes ganhos
. No caso da Carnival, o avanço de 11,28% das ações se deu após a companhia anunciar que sua subsidiária Carnival Holdings (Bermuda) iniciou uma oferta privada de US$ 1,25 bilhão em notas com vencimento em 2028. Norwegian Cruise e Royal Caribbean também avançaram 8,42% e 7,51%.
O setor de energia conseguiu terminar com ganhos (+0,75%) mesmo com a fraqueza dos preços do petróleo.
O barril teve seu preço reduzido depois da informação de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pretende liberar 100 milhões de barris da reserva estratégica de petróleo americana para tentar conter a elevação de preços dos barris.
A declaração veio após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) anunciarem uma redução em sua produção.
Balanços
Mais uma vez o investidor buscou otimismo em balanços corporativos. Hoje os números do Goldman Sachs e da Johnson & Johnson ajudam neste sentido.
Enquanto o banco superou as expectativas dos analistas, ainda que tenha visto seu lucro cair 44%, a marca de produtos de higiene e cuidados com a saúde viu seu lucro subir 21,6% na comparação do terceiro trimestre de 2022 com o mesmo período do ano passado.
No pós-mercado, as ações da Netflix subiam mais de 15%, após a empresa voltar a registrar crescimento de assinantes.
Diante dos números até aqui apresentados, analistas do JPMorgan apontam que embora os dados macro e de sentimento corporativo sugiram que o crescimento está claramente desacelerando, os preços e a demanda ainda saudáveis devem permanecer praticamente intactos até o final do ano.
“Os resultados [corporativos] do terceiro e quarto trimestres devem confirmar que os fundamentos permanecem ancorados no mercado de trabalho resiliente e na reabertura [da economia depois do pico] de covid”, avaliaram.
Em nota a clientes, o chefe de investimento para América do DWS Group, David Bianco, afirmou que a resposta sobre até quanto mais de queda será possível ver nos índices depende se o período de alta inflação está apenas começando ou quase terminando.
“O mercado de baixa do S&P de 1982 teve um declínio de 27%, semelhante ao atual mercado de baixa até agora. O ano de 1982 trouxe uma recessão que encerrou o período de alta inflação. A inflação foi de 15% em 1980 para 3% em 1983. No entanto, o ‘bear market’ do S&P de 1974 foi uma queda de 48%, e a severa recessão trouxe a inflação de 12% para apenas 5%”, apontou em nota o DWS Group.
Para Bianco, porém, seriam necessárias a adoção repetida de políticas ruins em condições econômicas em casa e no exterior também frágeis para repetir a década de 1970. “A determinação do Fed em combater a inflação hoje, mesmo que exija arriscar e tolerar uma recessão moderada, mostra que eles entendem seus erros de política da década de 1970.”
À procura de sinais
Enquanto o cenário vai se desenhando, o investidor segue em busca de sinais do caminho a ser trilhado.
Pela manhã, os índices operavam com ganhos mais altos, mas perderam força em meio à divulgação de dados de perda de confiança do construtor nos Estados Unidos.
De acordo com o índice NAHB, a confiança caiu para 38 pontos em outubro, de 46 em setembro.
Nas palavras do economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson: “Desastroso, e ainda não é o fim”, avalia.
“A queda no índice NAHB deixa claro que o salto relatado nas vendas de casas novas em setembro foi muito mais ruído do que sinal. Em suma, a habitação está em queda livre”
“Até agora, a maior parte do impacto está nos volumes de vendas, mas os preços também estão caindo e ainda têm um longo caminho a percorrer”, conclui.
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