Bolsas de Nova York revertem ganhos e passam a cair com nova onda de cautela
As preocupações com a autoridade monetária americana têm pressionado ativos internacionais nos últimos dias
As bolsas de Nova York subiram no começo do pregão desta quinta-feira (23), após acumular perdas nas últimas sessões e em reação a indicadores de atividade e inflação nos EUA, como a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) e do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) do quarto trimestre.
Porém, no meio da tarde, o cenário já era outro. Investidores globais seguem corrigindo posições, mesmo após uma leitura mais fraca do PIB americano na medida em que esperam um ciclo de aperto monetário mais longo por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
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Por volta das 14h55, o S&P 500 caía 0,30%, aos 3.979 pontos, Dow Jones recuava 0,53%, para 32.869 pontos, e Nasdaq perdia 0,34%, aos 11.476 pontos.
A reviravolta está relacionada a uma nova onda de cautela em meio ao aperto monetário promovido pelo Fed. As preocupações com a autoridade monetária americana têm pressionado ativos internacionais nos últimos dias.
A segunda leitura do PIB do país no 4º trimestre de 2022 veio abaixo da expectativa, mas foram insuficientes para manter o tom otimista na bolsa depois de os pedidos de seguro-desemprego no país terem somado 192 mil na semana passada, abaixo do consenso de 197 mil.
Fed quer desaceleração para conter a inflação
De acordo com a economista-chefe para EUA da High Frequency Economics, Rubeela Farooqi, a esperada desaceleração do crescimento do PIB americano será bem-vinda pelo Fed, que precisa equilibrar demanda e oferta para reduzir a inflação à sua meta de 2%.
Já Ian Shepherdosn, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, destaca a revisão em alta do índice PCE em relatório a clientes: “Isso não parece bom, embora os novos dados não tenham necessariamente nada a dizer sobre o que acontecerá no futuro”.
Pedidos de seguro-desemprego
Quanto aos pedidos por seguro-desemprego, Shepherdson diz que a queda foi provocada por fatores sazonais e a tendência deve se reverter em breve, diante do forte aumento nos anúncios de demissões nos últimos meses.