Bolsas dos EUA: Dow fecha em seu maior nível desde abril; Apple derruba Nasdaq

China também esteve em foco, com aumento de casos de covid-19 e ação do banco central chinês para injetar dinheiro na economia

Ruas da Times Square, centro de compras, distante cerca de 6 km de Wall Street, mercado financeiro em Nova York - Foto: James Ting/Unsplash
Ruas da Times Square, centro de compras, distante cerca de 6 km de Wall Street, mercado financeiro em Nova York - Foto: James Ting/Unsplash

Os índices acionários de Nova York fecharam com pouca volatilidade em um dia calmo sem grandes oscilações neste pregão curto de hoje, após o feriado de Ação de Graças.

Com a Black Friday iniciando o período de compras de fim de ano, os primeiros sinais do varejo mostram um cenário bem menos animador que em anos anteriores, sem grandes promoções e com a inflação americana – a maior em 40 anos – batendo na carteira do consumidor.

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Assim, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,45% a 34.347,03, enquanto S&P 500 caiu 0,03% a 4.026,12 e o Nasdaq recuou 0,52% a 11.226,36. O Dow Jones fechou em seu maior nível em sete meses, desde 21 de abril.

Mesmo com a ata da reunião de novembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, divulgado na quarta-feira, avaliando que uma desaceleração no ritmo das altas seria bem-vinda, os investidores não repetiram hoje a animação do pregão de quarta.

“Nós permanecemos céticos que o recente rali marca o início de um novo regime de mercado. A prioridade do Fed permanece o combate a inflação, na expectativa de um fluxo de dados de inflação e mercado de trabalho menores mais consistentes. Contra esse cenário, nós recomendamos ativos defensivos, nos mercados de renda fixa e variável”, disse Mark Haefele, chefe de investimentos do UBS.

China

O ânimo do mercado também é afetado pelo número crescente de casos de covid-19 na China que registrou novos lockdowns durante a semana. Para impulsionar a economia, o banco central chinês, o PBoC, reduziu a taxa de depósito compulsório dos bancos, liberando para empréstimos cerca de US$ 70 bilhões.

Economistas do Goldman Sachs disseram hoje em um relatório que estimam que os distritos que respondem por cerca de 65% do produto interno bruto anual da China são classificados pelo governo como áreas de médio a alto risco e sujeitas a duras restrições no comércio e na vida cotidiana.

A deterioração das leituras das pesquisas de negócios e a queda das exportações já sinalizavam uma desaceleração do crescimento da China mesmo antes da última rodada de restrições e agora ela pode desacelerar mais.

Black Friday

O foco do investidor está, contudo, na movimentação da Black Friday em um cenário de crédito mais caro. Números da S&P Global Market projetam que as vendas durante as festas de fim de ano irão crescer 4,5%, bem menos que os 12,6% registrados no ano passado mas acima dos níveis anteriores a pandemia.

Para Peter Garnry, chefe de estratégia de renda variável do Saxo Bank, a conta da inflação está chegando. “Foi fácil no primeiro estágio da inflação porque havia economias acumuladas durante a pandemia. Agora nós gastamos aquele excedente e estamos chegando no estágio mais difícil de choque inflacionário”, disse, em nota.

Dow recebeu suporte da alta das ações da Home Depot e 3M, que avançaram hoje respectivamente 1,51% e 0,81%. Já a Nasdaq caiu pressionado pelas ações da Apple que recuaram 1,96% depois que os embarques chineses de iPhones caíram e não devem atender os pedidos de fim de ano.

A semana terminou positiva, contudo. Dow subiu 1,78%, S&P 500 avançou 1,53% e Nasdaq teve alta de 0,72%.

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