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Bolsas dos EUA fecham em queda, repercutindo covid na China
Wall Street fechou em queda nesta quarta-feira (28), quando investidores repercutiram a reabertura chinesa com o relaxamento das restrições para o combate à covid-19 e as preocupações existentes com o rápido aumento do número de casos de contaminação com o vírus no país asiático.
O índice Dow Jones caiu 1,10%, o S&P 500 recuou 1,20% e o Nasdaq teve queda de 1,35%.
Se geralmente, no fim do ano, os mercados registram um “rali de Natal”, com as bolsas subindo, este ano os investidores estão ponderando os efeitos da reabertura da China e se o forte e rápido aperto monetário que ainda está sendo efetivado pelos bancos centrais do mundo irão provocar uma recessão. Além disso, analistas questionam a rapidez da reabertura chinesa na economia global.
Para Iris Pang, economista-chefe para China do banco ING, a reabertura vai aumentar as atividades relacionadas a viagens, hotéis e restaurantes em um primeiro momento e, depois, com a população chinesa se sentindo mais segura, até o fim do primeiro trimestre, a mobilidade das pessoas deve aumentar, elevando o consumo interno.
Momento da reabertura não é perfeito
Porém, segundo ela, o momento para a reabertura não é perfeito. “Estados Unidos e Europa devem entrar em uma recessão branda na primeira metade de 2023, o que deve provocar uma queda na demanda externa, e as exportações, incluindo bens manufaturados, devem cair, o que deve atrapalhar a recuperação da economia chinesa”, disse ela.
A expectativa, segundo Pang, é o governo chinês eleve o controle fiscal para apoiar a economia doméstica ao continuar a construção de projetos de moradia incompletos e planos para mais investimentos em infraestrutura de transporte, energia e tecnologia.
Também pesa o sentimento de que os bancos centrais continuarão a subir os juros em 2023, o que tem impulsionado o yield dos Treasuries.
Títulos americanos
O BBVA Research informa, em relatório, que os preços dos títulos do governo americano caíram em média 15% globalmente em 2022 com o aperto monetário realizado pelos BCs para combater a inflação.
A expectativa do BBVA é de que os preços continuem a cair e os rendimentos a subir no início de 2023. “Já sabemos que os bancos centrais continuarão a subir os juros, embora em menor intensidade, então os yields devem continuar a subir ligeiramente na primeira parte de 2023”, afirmaram os analistas do banco.
No mercado de Treasuries, os rendimentos seguem ligeiramente acima de ontem, quando registraram uma alta expressiva. O rendimento da nota do Tesouro dos EUA de referência de 10 anos caiu para 3,848%, de 3,847% na terça-feira. Já o rendimento do papel de 2 anos caiu para 4,361%, de 4,364% ontem.
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