Bolsas dos EUA fecham em queda, repercutindo covid na China

Em caminho oposto aos tradicionais ralis de Natal, este ano, os investidores ponderam efeitos da abertura da China e uma possível recessão global

Fachada da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) - Foto: Pixabay
Fachada da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) - Foto: Pixabay

Wall Street fechou em queda nesta quarta-feira (28), quando investidores repercutiram a reabertura chinesa com o relaxamento das restrições para o combate à covid-19 e as preocupações existentes com o rápido aumento do número de casos de contaminação com o vírus no país asiático.

O índice Dow Jones caiu 1,10%, o S&P 500 recuou 1,20% e o Nasdaq teve queda de 1,35%.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Se geralmente, no fim do ano, os mercados registram um “rali de Natal”, com as bolsas subindo, este ano os investidores estão ponderando os efeitos da reabertura da China e se o forte e rápido aperto monetário que ainda está sendo efetivado pelos bancos centrais do mundo irão provocar uma recessão. Além disso, analistas questionam a rapidez da reabertura chinesa na economia global.

Para Iris Pang, economista-chefe para China do banco ING, a reabertura vai aumentar as atividades relacionadas a viagens, hotéis e restaurantes em um primeiro momento e, depois, com a população chinesa se sentindo mais segura, até o fim do primeiro trimestre, a mobilidade das pessoas deve aumentar, elevando o consumo interno.

Momento da reabertura não é perfeito

Porém, segundo ela, o momento para a reabertura não é perfeito. “Estados Unidos e Europa devem entrar em uma recessão branda na primeira metade de 2023, o que deve provocar uma queda na demanda externa, e as exportações, incluindo bens manufaturados, devem cair, o que deve atrapalhar a recuperação da economia chinesa”, disse ela.

A expectativa, segundo Pang, é o governo chinês eleve o controle fiscal para apoiar a economia doméstica ao continuar a construção de projetos de moradia incompletos e planos para mais investimentos em infraestrutura de transporte, energia e tecnologia.

Também pesa o sentimento de que os bancos centrais continuarão a subir os juros em 2023, o que tem impulsionado o yield dos Treasuries.

Títulos americanos

O BBVA Research informa, em relatório, que os preços dos títulos do governo americano caíram em média 15% globalmente em 2022 com o aperto monetário realizado pelos BCs para combater a inflação.

A expectativa do BBVA é de que os preços continuem a cair e os rendimentos a subir no início de 2023. “Já sabemos que os bancos centrais continuarão a subir os juros, embora em menor intensidade, então os yields devem continuar a subir ligeiramente na primeira parte de 2023”, afirmaram os analistas do banco.

No mercado de Treasuries, os rendimentos seguem ligeiramente acima de ontem, quando registraram uma alta expressiva. O rendimento da nota do Tesouro dos EUA de referência de 10 anos caiu para 3,848%, de 3,847% na terça-feira. Já o rendimento do papel de 2 anos caiu para 4,361%, de 4,364% ontem.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS