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Bolsas da Europa fecham em queda após aumentos de juros de BCE e Fed
As bolsas europeias encerraram o pregão de hoje em queda, pressionadas pelos novos aumentos de juros implementados pelo Federal Reserve (Fed), nos EUA, e o Banco Central Europeu (BCE), na zona do euro.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,47%, a 460,34 pontos. Na bolsa de Frankfurt, o índice DAX recuou 0,51%, a 15.734,24 pontos, o londrino FTSE 100 baixou 1,10%, a 7.702,64 pontos, e o parisiense CAC 40 terminou em baixa de 0,85%, a 7.340,77 pontos.
Juros
A alta dos juros básicos de 0,25 ponto percentual (p.p.) pelo BCE acompanhou a decisão de ontem do Fed e marcou uma desaceleração no ritmo do aperto monetário, após a alta de 0,5 p.p. em março.
Falas de Lagarde
O Banco Central Europeu anunciou nesta quinta-feira aumento de mais 0,25 p.p. nos juros da zona do euro. Logo depois, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a manutenção da alta de juros está relacionada principalmente à pressão forte sobre os preços subjacentes na região, apesar de o índice geral estar desacelerando.
“A inflação continua muito alta há muito tempo. À luz da pressão inflacionária em andamento, o conselho decidiu subir a taxa em 0,25 ponto percentual”, disse Lagarde.
“Todos os membros estão determinados em lutar contra a inflação e voltar a 2% de média. E todos nós concluímos que a inflação está muito alta por muito tempo. Posso dizer que o clima (na reunião) esteve muito focado em avaliar todos os dados avaliáveis”, acrescentou a presidente.
“Transmissão da política monetária está funcionando”
A presidente disse ainda que são três os fatores principais observados pelos membros do conselho para a condução da política monetária: inflação, inflação subjacente, que vieram mais alta que o esperado, e, como terceiro ponto, a transmissão da política monetária para a economia, que é a etapa inicial do ciclo de desinflação.
“A transmissão da política monetária está funcionando”, afirma Lagarde. Mas ela ressalta que o período de juros altos não deve cessar tão já. “Com base nos dados que recebemos nos últimos dias e que trouxemos juntos durante a reunião, disse a presidente, “temos muito o que caminhar ainda”.
Tom forte
O tom da entidade europeia foi mais hawkish que o do Fed ao não sinalizar que o aperto monetário deve ser pausado na próxima reunião do comitê.
Estrategista sênior do Lombard Odier, Bill Papadakis avalia que a mensagem desta reunião, junto das preocupações do BCE com a inflação ainda elevada e possíveis “efeitos de segunda rodada” nos preços, sugerem mais uma alta de juros em junho. Ele pondera, contudo, que um aumento adicional de 0,25 p.p. deve ser o último.
“Achamos que uma pausa em julho é mais provável, dada a contínua desaceleração da demanda e a tendência de baixa da inflação que esperamos a partir de agora até lá”, projeta Papadakis, em relatório enviado com exclusividade ao Valor. O analista ainda espera que o BCE mantenha os juros até o fim de 2023, sem cortes – salvo um novo estresse no setor bancário.
Indicadores econômicos
Mesmo antes da decisão do BCE, as bolsas europeias já operavam em queda, ignorando os bons resultados de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) no continente.
O PMI composto (que inclui indústria e serviços) da Alemanha subiu a 54,2 em abril, maior nível em um ano. Já o da zona do euro teve alta a 54,1 e o do Reino Unido avançou a 54,9 no mesmo mês.
Apesar da fraqueza geral, algumas ações de empresas que divulgaram balanços hoje de manhã terminaram em território positivo.
A petroleira Shell, por exemplo, subiu 0,86% na bolsa de Londres, após informar lucro acima do esperado para o primeiro trimestre. Já a Volkswagen aumentou sua receita do período de janeiro a março e a ação da montadora terminou em alta de 0,60% em Frankfurt.
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