Bolsas da Europa fecham em alta na volta do feriado e de olho em dados da China
Investidores ficam atentos aos dados da China, que mostra recuperação ainda comedida
As bolsas europeias encerraram a sessão de hoje com ganhos firmes, após dois dias de feriado em que os mercados acionários do continente ficaram fechados.
Sem drivers locais relevantes, dados de inflação e empréstimos da China deram a impressão de que as autoridades do país estão dispostas a elevar o apoio à economia e, assim, apoiaram o pregão europeu hoje.
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Índices europeus
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,62%, a 461,79 pontos.
Em Frankfurt, o DAX teve ganho de 0,37%, a 15.655,17 pontos.
O parisiense CAC subiu 0,89%, a 7.390,28 pontos.
Fora da zona do euro, o índice londrino FTSE 100 terminou o dia com avanço de 0,57%, a 7.785,72 pontos, apoiado principalmente por ações de empresas mineradoras.
Rio Tinto, Antofagasta, BHP e Glencore subiram mais de 4% e lideraram os ganhos do dia.
China no radar
Na noite de ontem, o Escritório Nacional de Estatísticas da China informou que o seu índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) recuou 0,3% em março ante fevereiro, e mostrou alta de 0,7%, abaixo do esperado, na comparação anual. Já os preços ao produtor chinês ficaram estáveis na base mensal e caíram 2,5% em relação a março de 2022.
Segundo o estrategista de investimentos da Brooks Macdonald, Matthew Cady, os dados mostram que não há praticamente nenhuma pressão inflacionária no gigante asiático, o que dá mais espaço para que os formuladores de políticas econômicas atuem para estimular o crescimento, caso optem por essa abordagem.
Recuperação a passos lentos
Economista-chefe para China do ING, Iris Pang considera que os dados inflacionárias sugerem que a recuperação chinesa caminha a passos lentos. Por outro lado, o forte aumento do nível de empréstimos à economia – de 1,81 trilhão de yuans em fevereiro para 3,89 trilhões de yuans em março – sugere que mais investimentos estão sendo feitos no setor privado, em geral um bom sinal para o futuro da atividade.
Na avaliação de analistas do Barclays, a reabertura da China tem sido o principal fator que impulsiona as ações europeias junto com o nível elevado de poupança e queda nos preços de gás natural no continente. O cenário à frente, porém, não parece tão positivo diante da insistência do aperto monetário dos bancos centrais, alertam.
“A turbulência bancária nos mostrou que o equilíbrio entre os riscos financeiros, a inflação e o crescimento não está mais fácil e a história sugere que ciclos de aperto [monetário] agressivo raramente terminam bem. Nós aumentamos levemente nossa inclinação defensiva”, argumenta o banco britânico.