Bolsas da Europa fecham em queda, repercutindo decisão do Banco do Japão

Política do BoJ removeria uma das últimas âncoras globais que ajudaram a manter os custos de empréstimos em níveis baixos, diz analista

Rua comercial em Paris, na França. Foto: Grillot Edouard/Unsplash)
Rua comercial em Paris, na França. Foto: Grillot Edouard/Unsplash)

Os principais índices acionários da Europa fecharam majoritariamente em queda nesta terça-feira, com os investidores avaliando o cenário econômico mundial após a decisão do Banco do Japão (BoJ) de permitir que os rendimentos dos títulos do governo japonês (JGB) subissem a um patamar mais alto, estabelecendo uma faixa-alvo para os títulos do governo japonês de 10 anos entre -0,5% e +0,5%.

Após ajustes, o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,39%, a 424,18 pontos.

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O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, registrou ganhos de 0,13%, a 7370,62 pontos, o DAX, de Frankfurt, teve queda de 0,42%, atingindo 13.884,66 pontos, e o CAC 40, de Paris, exibiu retração de 0,35%, descendo a 6.450,43 pontos.

Entre os setores do Stoxx Europe 600, a principal alta ficou com o setor bancário, que teve valorização de 1,65%. O segmento de automóveis e peças contabilizou retração de 1,44%.

Euro e libra

Mais cedo, por volta de 14h, o euro registrava alta de 0,20%, a US$ 1,06341 enquanto a libra recuava 0,03%, a US$ 1,21504. Já o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, operava em queda de 0,82%, a 103,859 pontos.

Último bastião do crédito barato

A decisão do BoJ sinaliza a possibilidade de um aperto na política monetária da autarquia nas próximas reuniões.

“Nenhuma ação era esperada na reunião de hoje. Esta é indiscutivelmente a maior surpresa que eles deram aos mercados desde a mudança para taxas de juros negativas em janeiro de 2016”, afirmou o analista do City Index, Matthew Simpson, em nota.

Desde a semana passada, os investidores renovaram os temores sobre uma possível recessão, após as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE).

De acordo com os analistas do DZ Bank, o BCE deve aumentar as taxas de juros em 1,25 ponto percentual nos próximos seis meses, elevando a taxa de depósito para 3,25%, de 2,00% nos níveis atuais.

Indicadores europeus

No front dos indicadores publicados no continente europeu, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) teve queda de 3,9% em novembro contra outubro na Alemanha. Já a confiança do consumidor da zona do euro subiu para -22,2 na leitura preliminar do mês de dezembro.

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