Europa fecha em queda com medo de recessão; libra cai a nível recorde contra o dólar

Movimento de queda da moeda britânica se consolidou após o governo do Reino Unido anunciar os maiores cortes de impostos do país desde 1972

Vista do distrito financeiro de Londres (Foto: Bastian Pudill/Unsplash)
Vista do distrito financeiro de Londres (Foto: Bastian Pudill/Unsplash)

As bolsas europeias estenderam a onda de vendas da semana, desencadeada pelos temores de recessão econômica global, ao mesmo tempo em que os bancos centrais se movem para apertar a política monetária para controlar a inflação.

Após ajustes, o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 2,34%, a 390,40 pontos.

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O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, recuou 1,97%, a 7.018,60 pontos, o DAX, de Frankfurt, caiu 1,97%, a 12.284,19 pontos, e o CAC 40, de Paris, cedeu 2,28%, a 5.783,41 pontos.

Em Milão, o FTSE MIB fechou em queda de 3,36%, a 21.066,55 pontos, e o Ibex 35, de Madri, recuou 2,46%, a 7.583,50 pontos.

Na semana, o Stoxx 600 acumulou perdas de 4,36%, enquanto o FTSE 100 recuou 1,97%, o DAX caiu 3,59% e o CAC 40 cedeu 4,84% no período.

Corte de impostos

O movimento de queda da moeda britânica se consolidou após o governo do Reino Unido anunciar hoje os maiores cortes de impostos do país desde 1972, em uma aposta ousada para impulsionar a economia e evitar uma recessão. O índice dólar DXY sobe 1,24%, a 112,736 pontos.

O índice dólar vem anotando sólidos ganhos frente às principais moedas globais nesta semana, mas acelerou os ganhos após uma piora da libra, que caiu ao seu menor patamar ante a moeda americana desde 1985, recuando 3,15%, a US$ 1,09074.

Decisões sobre juros

O Federal Reserve (Fed) deu a largada a uma série de apertos monetários na semana, elevando a meta da sua taxa de juros de referência em 0,75 ponto percentual na quarta-feira. No dia seguinte, os BCs do Reino Unido, Suíça, Noruega, África do Sul, Indonésia e Filipinas seguiram o banco americano e também elevaram os juros para controlar a disparada da inflação.

Além dos temores relacionados ao aperto monetário global, que pressionaram as ações nos últimos dias, os dados econômicos europeus divulgados ajudaram a elevar a pressão hoje. O PMI composto alemão caiu de 46,9 em agosto para 45,9 na leitura preliminar de setembro, enquanto o indicador do Reino Unido caiu de 49,6 em agosto para 48,4 em setembro.

“Mais um mês, mais uma leva de PMIs apontando que o PIB no terceiro trimestre caiu nas principais economias avançadas”, diz Simon MacAdam, economista sênior global da Capital Economics, em nota.

“Ainda assim, apesar da deterioração da economia real, assim como sinais de que as pressões inflacionárias podem estar diminuindo, os PMIs de setembro farão pouco para alterar a trajetória agressiva de juros nos próximos meses”, diz o economista.

Setores

As perdas foram bastante amplas no recorte setorial, com a maioria dos segmentos do Stoxx 600 fechando a sessão em queda.

O setor bancário – de maior peso no índice pan-europeu – fechou em queda de 3,72%, enquanto o setor de energia liderou as perdas, em queda de 5,82%, acompanhando um tombo nos preços do petróleo, que são prejudicadas, por sua vez, pela disparada do dólar e pela perspectiva de queda da demanda por energia, conforme a economia global desacelera.

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