Bolsas europeias fecham em alta com ata do BCE e setor químico liderando ganhos

O foco do investidor ficou na divulgação do documento da última reunião do Banco Central Europeu; decisão do Fed também repercutiu

Vista do distrito financeiro de Londres (Foto: Bastian Pudill/Unsplash)
Vista do distrito financeiro de Londres (Foto: Bastian Pudill/Unsplash)

Os principais índices acionários da Europa fecharam a sessão de hoje em alta, depois de a ata do Federal Reserve (Fed) ontem apontar para uma redução no tamanho dos aumentos dos juros nos Estados Unidos.

Também ajudou o documento do Banco Central Europeu (BCE) de hoje, apresentando pouco informação nova sobre a direção da autoridade monetária europeia.

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As negociações ainda foram marcadas pela divulgação do índice de confiança do empresário na Alemanha e também pelo avanço mais forte do setor químico.

No fim das negociações, o índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,51%, a 441,04 pontos. Entre as bolsas, a de Frankfurt avançou 0,78%, a 14.539,56 pontos, enquanto a de Londres exibiu ganhos de 0,02%, a 7.466,60 pontos, e a de Paris registrou alta de 0,42%, a 6.707,32 pontos.

Em Milão o avanço foi de 0,61%, a 24.730,89 pontos, enquanto em Madri, a valorização foi de 0,75%, a 8.394,09 pontos.

Entre os índices setoriais do Stoxx 600, o segmento que mais se destacou foi o químico, avançando 1,08% na sessão.

As ações das alemãs Linde, Basf e Symrise cresceram 0,72%, 0,93% e 1,14%, respectivamente. Já a holandesa Akzo valorizou 1,03%.

Decisão BCE

A sessão foi marcada pela divulgação da ata do último encontro de política monetária do BCE. O documento trouxe pouco novidade, apenas mostrando que parte dos integrantes da autoridade já optavam por um aumento de 0,50 ponto percentual no último encontro.

Na avaliação desses membros, “um ritmo excessivamente agressivo de aperto poderia ter repercussões na estabilidade financeira, na atividade econômica e, em última instância, na inflação”.

A ata também mostrou que os membros veem espaço para continuar o aperto monetário mesmo depois que a política alcance um espaço neutro.

Carsten Brzeski, estrategista do banco holandês ING, afirmou que à primeira vista, a ata da reunião de outubro do Banco Central Europeu não apontou para um pivô (mudança no rumo do aperto monetário) tão cedo.

“No entanto, lendo nas entrelinhas, parece haver crescentes preocupações com a recessão, pelo menos com alguns membros, o que pode levar a uma pausa no ciclo de alta nos próximos meses”, escreveu em nota.

Ainda na sessão, o banco central da Suécia (Riksbank) elevou sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para 2,5% ao ano, e indicou que deve continuar a apertar a política monetária no próximo ano, diante de uma inflação que ainda está “muito alta” e em um ambiente ainda incerto sobre a dinâmica inflacionária à frente.

Também pela manhã foi divulgado o dado de confiança empresarial na Alemanha, pelo instituto Ifo. O indicador veio acima do esperado e mostrou uma melhora na expectativa do empresário sobre as condições futuras no país.

Para Salomon Fiedler, do Berenberg, a Alemanha está em uma recessão que durará do quarto trimestre de 2022 ao primeiro trimestre de 2023. “Os principais impulsionadores são o choque do preço do gás após a invasão da Ucrânia por Putin e a resultante queda na confiança do consumidor”, escreveu em nota.

“Mas, assim que a estação de aquecimento do inverno terminar, a economia alemã pode voltar aos trilhos a partir da próxima primavera. Essa visão é consistente com os resultados da pesquisa Ifo de hoje”.

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