Bolsas europeias fecham em alta com possível ritmo menor do Fed compensando PMIs fracos na zona do euro

Bolsas europeias repercutiram a divulgação de PMIs compostos no continente e a possibilidade de um refreamento na subida de juros do Fed

Foto: Imelda/Unsplash
Foto: Imelda/Unsplash

As principais bolsas da Europa fecham em alta nesta segunda-feira, com a nomeação de Rishi Sunak como novo primeiro-ministro do Reino Unido. Leia Rishi Sunak se torna primeiro-ministro do Reino Unido.

Ontem, o ex-primeiro-ministro Boris Johnson, anunciou a sua desistência da candidatura por considerar que não conseguiria unir o Partido Conservador.

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Os índices acompanharam o otimismo em Nova York sobre a possibilidade de uma desaceleração do ritmo de altas de juros do Federal Reserve (Fed).

As bolsas americanas anotaram sólidos ganhos na sexta-feira passada em meio a relatos de que o Fed pode estar considerando a possibilidade de uma desaceleração do ritmo de elevação de juros a partir de dezembro.

Os futuros dos Fed Funds – usados pelos investidores para avaliar as apostas na política monetária do BC americano – chegaram a indicar uma probabilidade majoritária em um movimento de apenas 0,5 ponto percentual em dezembro, na sexta-feira.

Hoje, porém, eles indicam uma probabilidade implícita de 54,6% de uma alta de 0,75 p.p., de acordo com dados do CME Group.

Os investidores também repercutiram a divulgação de uma série de PMIs compostos no continente europeu e analistas já preveem a possibilidade de uma recessão na zona do euro, mas os dados de persistência da inflação não foram suficientes para reduzir o ânimo.

Bolsas da Europa

Após ajustes, o Stoxx Europe 600 fechou em alta de 1,40%, em relação ao fechamento da sexta-feira, a 401,84 pontos. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,62%. Em Paris, o CAC 40 registrou alta de 1,87%. Em Frankfurt, o Dax avançou1,58%.

PMI

O índice europeu de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto preliminar de outubro, que reúne dados da inflação do setor industrial e também de serviços, caiu para 47,1 em outubro, de 48,1 pontos da leitura de setembro, conforme apontaram os dados divulgados mais cedo pelo S&P Global.

Quando o indicador fica acima de 50 pontos indica que há expansão na atividade, caso contrário, retração.

O PMI de outubro registrou retração pelo quarto mês consecutivo, com uma aceleração no ritmo da queda para sua maior velocidade desde novembro de 2020.

Excluindo os meses de lockdown na pandemia, a leitura de outubro é a menor desde abril de 2013.

De acordo com a Capital Economics, os PMIs mostraram uma queda na atividade econômica, mas não houve um alivio significativo na pressão inflacionária.

Setoriais

O setor manufatureiro liderou a queda, com a produção industrial caindo pelo quinto mês consecutivo a uma taxa não vista antes da pandemia desde julho de 2012.

O setor de serviços também caiu pelo terceiro mês consecutivo para um nível não registrado desde maio de 2013.

Os setores de tecnologia, serviços industriais e farmacêuticos e de biotecnologia foram os únicos a registrarem algum crescimento.

As quedas mais expressivas foram registradas nos setores de matérias-primas, plásticos e químicos, refletindo a alta dependência de energia.

Os números, porém, ainda não afetaram as bolsas da Europa no começo desta semana, mas a recessão parece certa, dizem os analistas.

“A economia da zona do euro parece pronta para registrar uma contração no quarto trimestre considerando a queda expressiva na produção e a deterioração do cenário de demanda visto em outubro, aumentando as chances de que uma recessão ser cada vez mais inevitável”, disse Chris Williamson, economista-chefe do S&P Global.

O economista-chefe do Commerzbank, Christoph Weil, já aponta para a proximidade de uma recessão na região. “A recessão já é praticamente certa, a contínua perda de poder de compra devido à alta inflação está deixando traços cada vez mais profundos no consumo privado. O setor de serviços em particular está sendo cada vez mais prejudicado”, afirmou Weil.

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