Bolsas da Europa fecham em queda em dia de protestos e aumento de casos de covid na China
Política de covid zero do governo chinês em meio ao aumento de casos de coronavírus no país asiático tem sido contestada
Os principais índices acionários da Europa fecham em queda nesta segunda-feira (28). Entre os fatores acompanhados pelos investidores estão os protestos em diversas cidades da China, por conta da política de covid zero do governo chinês em meio ao aumento de casos de coronavírus no país asiático.
Após ajustes, o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,59%, a 438,16 pontos.
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, desceu 0,17%, a 7.474,02 pontos, o DAX, de Frankfurt, recuou 1,09%, a 14.383,36 pontos, e o CAC 40, de Paris, registrou retração de 0,70%, a 6.665,20 pontos.
Entre os setores do Stoxx Europe 600, a principal queda ficou com o setor de serviços financeiros, que teve retração de 1,77%. O segmento de lazer e turismo teve valorização de 0,13%.
Manifestações na China
As manifestações começaram no final de semana na China em diversas cidades como Pequim, Xangai e Wuhan depois de um incêndio em Urumqi, capital da região de Xinjiang, na sexta-feira, que matou 10 pessoas.
Alguns residentes indicaram que as restrições por causa da pandemia contribuíram para uma demora no combate ao incêndio. As autoridades chinesas negam que isso tenha ocorrido.
Os protestos ocorrem semanas depois de um anuncio do governo chinês de um possível relaxamento das políticas de covid zero, que foram frustrados pelo aumento de casos de coronavírus na segunda maior economia do mundo.
“Ondas sem precedentes de protestos na China causaram desconforto nos mercados financeiros, com o aumento das preocupações sobre as repercussões para a segunda maior economia do mundo”, aponta Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown, em nota.
Empresas
No mercado acionário europeu, as ações da Brenntag tiveram queda de 8,71% no fechamento depois que a empresa alemã de distribuição de produtos químicos anunciou no fim de semana que mantinha discussões preliminares com a companhia norte-americana Univar Solutions sobre uma possível aquisição.
Em meio a temores de uma redução da demanda chinesa por petróleo, as ações das petrolíferas britânicas BP e Shell também caíram no fechamento. A BP teve queda de 0,98%, enquanto a Shell registrou retração de 0,28%.
Inflação
Os investidores também esperam pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro para o mês de novembro, que deve ser divulgado na quarta-feira.
Na leitura de Piet Haines Christiansen, estrategista-chefe do Banco Central Europeu e renda fixa da zona do euro no Danske Bank, os dados de inflação da zona do euro para novembro serão fundamentais para o aumento da taxa de juros do Banco Central Europeu em dezembro.
“Se tivermos uma aceleração na inflação subjacente, acho que eles terão que subir 0,75 ponto percentual novamente em dezembro, mas há desacordo no Conselho do BCE”, diz ele em nota.
No Reino Unido, a maior inflação registrada em 41 anos e perspectiva de recessão em 2023 inverteram a curva de juros dos títulos públicos britânicos, os gilts, com os yields dos papeis de dois anos valendo mais que os de 10 anos em virtude da expectativa de mais alta de juros no curto prazo.
O rendimento do gilt de 2 anos está cotado hoje a 3,277% ante 3,274% há um mês. Já o rendimento do papel de 10 anos é negociado hoje a 3,137%, de 3,523% há um mês.
Câmbio
Hoje, o euro avança ante o dólar, enquanto a libra recua, com a primeira moeda registrando alta de 0,13%, a US$ 1,03796, enquanto a segunda descia 0,17%, a US$ 1,20336. Já o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvido, operava em alta de 0,29%, a 106,223 pontos.