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Bolsas europeias fecham em forte alta com expectativa de saída diplomática para a guerra
As principais bolsas europeias encerraram a sessão em alta, impulsionadas pelo tom mais moderado do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em relação à adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e à possibilidade de discutir os termos de rendição colocados na segunda-feira pelo governo russo.
Ao final da sessão regular, o índice Stoxx Europe 600 fechou em alta de 4,68%, aos 434.45 pontos, no aumento mais forte em um dia desde março de 2020, de acordo com dados do FactSet. Mesmo com o rali de hoje, o índice pan-europeu acumula queda de mais de 10% neste ano.
Nas bolsas, Frankfurt liderou os ganhos, com +7,92%, enquanto Paris avançou 7,13%. Já o índice FTSE 100, em Londres, tinha alta de 3,25%.
Por setores, destaque para o desempenho do automotivo e do financeiro. Entre as ações, Adidas figurou entre as maiores altas, com +13,63%, após a fabricante de roupas esportivas apresentar previsões otimistas para 2022, incluindo um retorno ao crescimento na China. Também no positivo, o Deutsche Post avançou 12,45%, reagindo a uma nova recompra de ações.
Os investidores estão se agarrando à esperança de que uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia possa ser possível, após declarações em tom mais moderado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na qual ele parece fazer grandes concessões às demandas da Rússia.
Relatos também sugerem que um cessar-fogo temporário estava em vigor em partes da Ucrânia para permitir a fuga de civis. Nesta quinta-feira, os ministros das Relações Exteriores da Ucrânia e da Rússia devem se reunir na Turquia para mais uma rodada de negociação.
Apesar do clima mais otimista, o Morgan Stanley ressalta que o mercado de ações europeu não está precificando uma possível recessão no velho continente em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia. “Mas pode embutir esse cenário nos preços se as notícias não melhorarem”, diz o banco de investimento. Para o Morgan Stanley, o mercado acionário na Europa ainda está longe do ponto em que os preços das ações refletem todas as más notícias. “No entanto, o aumento contínuo dos preços das commodities provavelmente está intensificando a pressão sobre consumidores e empresas”, dizem analistas do Morgan Stanley, alertando para uma possível recessão na região.
“Independentemente do resultado final [da guerra], os mercados podem se mover cada vez mais para precificar o risco de recessão, na ausência de fluxo de notícias contrário”, reitera. Embora notícias positivas possam impulsionar os mercados em 10%, um fluxo mais negativo abre espaço para uma queda de 20% ou mais, se os riscos de recessão forem totalmente precificados, diz o Morgan Stanley.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico
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