Bolsas globais: Índices dos EUA e Europa fecham em alta com juros no radar

Com mercado já precificando altas mais agressiva dos juros na Europa e Estados Unidos, investidores voltam a comprar ações

Pregão na Nasdaq, uma das bolsas dos EUA / Foto: Divulgação
Pregão na Nasdaq, uma das bolsas dos EUA / Foto: Divulgação

A ideia de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) vai aumentar os juros em 0,75 ponto percentual parece já ter sido aceita pelo mercado e o mercado acionário dos Estados Unidos fechou a quarta-feira no azul após uma sequência de tombos nos pregões anteriores.

O S&P 500 subia 1,83%, para 3.979 pontos, enquanto o Dow Jones avançou 1,4%, para 31.581 pontos. O Nasdaq Composite encerrou uma sequência de sete pregões de queda e avançou de 2,14%, para 11.791 pontos. 

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Os contratos futuros de Fed Funds mostram que a maioria dos agentes do mercado financeiro esperam alta de 0,75 ponto percentual nos juros na próxima reunião do Fed, que termina no dia 21 de setembro. Os ativos mostram precificação de 86% de chance de um aumento maior que 0,5 p.p. estimado anteriormente. 

A valorização das ações ganhou ainda mais força na parte da tarde depois que a vice-presidente do Fed reafirmou que a autarquia fará o que for preciso para conter a inflação ao mesmo tempo em que observa os riscos de um aperto monetário rígido demais.

O Livro Bege, sumário das condições econômicas do país divulgado hoje pelo Federal Reserve, mostrou que as perspectivas de crescimento da atividade econômica dos Estados Unidos permanecem fracas, o que pode ajudar no controle da inflação.

Ações brasileiras nos EUA

Em linha com os avanços das Bolsas norte-americanas, recibos de ações de brasileiras negociados por lá tiveram alta. Às 14h34, o Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, subiu 1,16% depois de abrir a sessão em queda.

O índice reúne as principais empresas listadas na B3 com recibos de ações negociadas nos Estados Unidos. 

Bolsas da Europa

As bolsas europeias fecharam em leve alta nesta quarta-feira (7), em clima de espera pela reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que está marcada para amanhã. Os investidores seguem repercutindo os temores de recessão e de possíveis apertos monetários mais agressivos na zona do euro e nos Estados Unidos.

Após ajustes, o Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,57%, a 412,01 pontos. O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres desceu 0,86%, a 7.237,83 pontos, o DAX, de Frankfurt, avançou 0,35%, a 12.915,97 pontos, e o CAC 40, de Paris, ganhou 0,02%, a 6.105,92 pontos. O FTSE MIB, de Milão, subiu 0,04%, a 21.489,36 pontos, enquanto o Ibex 35, de Madri, avançou 0,17%, a 7.855,90 pontos.

A disparada da inflação – agravada pela crise energética na Europa – provavelmente levará a uma resposta política mais dura do BCE, reduzindo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a zero em 2023, afirma Angel Talavera, analista da Oxford Economics, em nota. A inflação pode subir para perto de 10% nos próximos meses, com o período de preços elevados se estendendo ainda mais em 2023, diz. “Apesar da rápida deterioração das perspectivas de crescimento, está claro que o BCE não hesitará em aumentar as taxas muito mais rápido do que o esperado há apenas algumas semanas”, disse ele.

Do outro lado da moeda, a economia da zona do euro deve sofrer contração no quarto trimestre de 2022 e no primeiro trimestre de 2023, à medida que o aumento dos preços do gás natural alimenta a inflação, afetando a renda do consumidor e a atividade industrial, afirma Talavera.

A reunião do BCE está marcada para amanhã, deixando os mercados à espera de qual será a magnitude do próximo aumento de juros da autoridade monetária europeia. O Goldman Sachs prevê que o aumento deve ser de 0,75 ponto percentual, enquanto o ING avalia que o BCE deve aplicar um aumento de 0,50 ponto percentual.

Entre os índices setoriais do Stoxx 600, o setor de energia fechou com a maior queda, registrando retração de 3,06%. Na parte dos ganhos, o setor químico teve valorização de 1,11%.

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