Brasil será cirúrgico e voltará a ser principal mercado do Santander, indica Mario Leão

Executivo frisou foco do banco no público de alta renda e em segmentos como agronegócio para melhorar a rentabilidade nos próximos anos

Fachada de agência do banco Santander no Brasil. Foto: Divulgação
Fachada de agência do banco Santander no Brasil. Foto: Divulgação

O Santander Brasil (SANB11) voltará a ser a maior fonte de lucro do grupo espanhol, à medida que faz escolhas cuidadosas para melhorar sua rentabilidade.

“Voltaremos a ser a maior operação do grupo”, disse a jornalistas nesta quarta-feira (31) o presidente-executivo da franquia brasileira do banco, Mario Leão.

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Clientes de alta renda, agronegócio, pequena e média empresa são alguns do segmentos em que o executivo enxerga mais oportunidades de vender mais produtos e melhorar a rentabilidade.

Enquanto isso, cortou a rede de agências em cerca de 20% e em 31% a oferta de produtos para o público de varejo.

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De acordo com Leão, mesmo com esses ajustes, a operação de varejo ainda é deficitária.

“Precisamos reduzir o custo de servir”, afirmou ele, estimando que isso ainda poderia ser cerca de 40% menor.

Dessa forma, a solução encontrada pelo banco é ampliar o atendimento digital, incluindo o uso de inteligência artificial generativa, disse o executivo.

Santander: virada lenta

Os comentários mostram uma virada histórica na estratégica do banco especializado em financiamento ao consumo.

No últimos anos, como resultado de uma piora no ambiente de negócios no Brasil, diante de inflação e juros altos, alguns bancos, como o Santander Brasil e o Bradesco (BBDC4) tiveram maiores perdas com calotes e, consequentemente, queda nos lucros.

Mais cedo, o banco liderado por Leão anunciou que seu lucro do quarto trimestre de 2023 foi 19% menor do que no trimestre anterior.

O lucro recorrente reportado de R$ 2,2 bilhões ficou abaixo da previsão média de analistas, de R$ 2,77 bilhões.

Dessa forma, a franquia brasileira perdeu para a Espanha o posto de maior fonte do lucro para o banco.

Segundo Leão, com as mudanças em curso, a lucratividade do Santander Brasil vai gradualmente se reaproximar dos níveis observados por rivais como Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), ao redor de 20%.

Em 2023, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco foi de 11,8%, 4,5 pontos percentuais menor do que um ano antes.

ROE é uma métrica sobre como os bancos remuneram o capital dos acionistas.

Reação do mercado

Diante dos resultados trimestrais e das indicações do executivo ao mercado, os papéis do Santander Brasil exibiam queda na B3.

A unit do banco, um recibo que combina ação ordinária e preferencial, teve queda de 1,88%.

Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subiu 0,28%.

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