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CFO da Petrobras (PETR3;PETR4): reserva não vai tirar dinheiro dos dividendos
O diretor financeiro da Petrobras (PETR4), Sergio Caetano Leite, garantiu nesta sexta-feira (10) que a empresa não vai usar uma reserva de capital proposta para tomar parte dos dividendos dos acionistas.
“A reserva está estritamente ligada ao pagamento de dividendos”, afirmou Leite durante teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre.
“Pode não haver destinação de recursos para reserva nos próximos trimestres”, afirmou.
As declarações vêm semanas após a petroleira ter deixado investidores desconfiados com a revelação de duas propostas do conselho de administração.
Uma delas sugere a criação de uma reserva de capital.
Como o atual estatuto não prevê uma reserva, a Petrobras tem distribuído os excedentes de caixa aos acionistas em bilionários pagamentos extras de dividendos.
A outra proposta do conselho tem a ver com as regras de nomeação de conselheiros.
Isso foi também interpretado por alguns como um risco de que futuras indicações do governo federal, controlador da empresa, para o conselho aumentem o risco de ingerência política na administração.
Ambas as propostas serão votadas em assembleia de acionistas em 30 de novembro.
Investimentos
Para Leite, a ideia de ter uma reserva está alinhada com a visão de uma gestão financeira mais preventiva.
Segundo ele, o endividamento da Petrobras está sob controle. Porém, o mercado internacional de petróleo tem sido instável.
“Nós fazemos projeções para os próximos dois anos”, afirmou.
Além disso, o executivo citou os planos de investimentos da Petrobras nos próximos anos, que pode envolver aquisições de ativos.
“Nós não olhamos só para dívida, mas também para investimento; é com isso em mente que vamos propor o pagamento de dividendos extraordinários”, disse.
Balanço forte, mas…
As ações da petroleira tiveram leve queda na B3 nesta sessão.
O papel preferencial da Petrobras (PETR4) recuou 0,46% e o ordinário (PETR3) teve baixa de 0,32%.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu 1,29%.
Ao mesmo tempo, o conselho de administração da Petrobras aprovou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio de R$ 17,5 bilhões relativos ao terceiro trimestre.
Analistas
Em relatórios, analistas avaliaram que o resultado veio em linha com as expectativas, mas que as atenções estão todas voltadas para as mudanças propostas no estatuto da empresa.
Em relatório intitulado “Se só os fundamentos fossem suficientes..”, o BTG Pactual afirmou que a tese de investimento em Petrobras segue convincente e manteve recomendação de compra para a ação.
O Santander foi na mesma linha, conservando recomendação ‘outperform’ (acima da média do mercado), embora com ressalvas.
“O fluxo de notícias sobre aumentos significativos no investimento para 2024-28 pode impedir uma postura mais otimista por parte dos investidores no curto prazo”, diz o Santander.
“Continuamos acreditando que a solidez financeira da Petrobras pode permitir absorver investimentos maiores, mas a mensagem qualitativa deve ser percebida como negativa pelo mercado”, acrescentou.
Já o Itaú BBA seguiu com recomendação neutra para a ação, “em meio a um cenário incerto”.
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