Citi e J.P. Morgan têm forte alta em NY após divulgação de lucros do 1T23; Wells Fargo cai
Bancos atravessam crise com resultados positivos; juros altos impulsionam balanços
Os bancos americanos venceram a crise no primeiro trimestre, depois da quebra do Silicon Valley Bank e do Signature, e registraram lucros robustos no período. Os resultados, impulsionados pelos juros altos nos EUA, foram divulgados nesta sexta-feira (14) e movimentam o valor das ações bancárias na bolsa.
Por volta das 11h20 (de Brasília), as ações do Citigroup subiam 3,15%. O lucro do banco aumentou 7% ante o mesmo período do ano passado, para US$ 4,61 bilhões, ou US$ 2,19 por ação. Analistas esperavam US$ 1,65 por ação, de acordo com o FactSet.
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A receita do Citi aumentou 12%, para US$ 21,45 bilhões, ante estimativas de US$ 20,02 bilhões.
O banco continuou a beneficiar de taxas de juros mais elevadas que lhe permitem cobrar mais pelos empréstimos. A receita líquida de juros, o que ela ganha com empréstimos menos o que paga por depósitos, aumentou 23%, para US$ 13,35 bilhões.
Os depósitos caíram US$ 35,5 bilhões em relação a dezembro, para US$ 1,33 trilhão.
J.P. Morgan tem receita recorde
O J.P. Morgan Chase & Co. resistiu à turbulência quando os clientes correram para grandes bancos depois que os regionais Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank faliram.
O lucro do J.P. Morgan aumentou 52%, para US$ 12,62 bilhões, ou US$ 4,10 por ação, ante estimativas de US$ 3,41 por ação. A receita do J.P. Morgan cresceu 25%, para US$ 38,35 bilhões, recorde trimestral, enquanto analistas esperavam US$ 36,13 bilhões, de acordo com a FactSet.
Após a divulgação dos fortes números do balanço, as ações do J.P. Morgan avançavam 7,25% na Bolsa de Nova York no horário mencionado.
Os depósitos aumentaram US$ 37 bilhões em relação a dezembro, para US$ 2,38 trilhões. Pessoas e empresas que buscavam um porto seguro na crise bancária movimentaram seu dinheiro a megabancos como J.P. Morgan.
A receita líquida de juros, a diferença entre o que o banco paga depósitos e ganhos com empréstimos, aumentou 49%, para US$ 20,71 bilhões, um segundo recorde trimestral consecutivo.
A receita do banco de varejo aumentou 35%, enquanto a receita corporativa e de banco de investimento ficou estável em relação ao ano anterior. No banco comercial que atende a empresas de médio porte, a receita saltou 46% e lucro subiu 58%.
O J.P. Morgan informou ainda que provisionou US$ 1,1 bilhão para possíveis perdas com empréstimos.
Wells Fargo supera estimativas
O lucro do banco americano Wells Fargo somou US$ 4,991 bilhões no primeiro trimestre, ou US$ 1,23 por ação, superando as estimativas de crescimento de lucro de US$ 1,13 por ação. A receita saltou 17%, para US$ 20,73 bilhões, marcando o melhor ganho de receita em anos, acima das previsões de US$ 20,1 bilhões.
A empresa relatou um salto de 45% ano a ano na receita líquida de juros, para US$ 13,34 bilhões, um pouco acima das previsões. Os depósitos caíram para US$ 1,356 bilhão, uma queda de 2% em relação ao final do ano e 7% em relação ao primeiro trimestre de 2022.
A Wells Fargo aumentou suas provisões para perdas de crédito em 26% desde o final do ano, para US$ 1,2 bilhão.
Após o balanço, as ações do banco avançavam 2,85% no pré-mercado de Nova York, para US$ 40,79, por volta das 9h15 (de Brasília). Porém, às 11h20 as ações do Wells Fargo passavam a atuar no campo negativo, com queda de 0,19%.