Citi rebaixa recomendação para ações dos Estados Unidos e aposta na China impulsionada pela IA
O Citi rebaixou sua recomendação para ações dos Estados Unidos de compra para neutra, em linha com a visão de que o excepcionalismo do país está pelo menos pausado, indicando que a economia americana pode não superar mais as de outros países nos próximos meses.
“No panorama geral, o desempenho superior das ações dos Estados Unidos pode muito bem retornar quando a narrativa da inteligência artificial (IA) assumir novamente, mas, nos próximos meses, esperamos que o ímpeto de crescimento dos Estados Unidos fique abaixo do resto do mundo”, escrevem o chefe global de macro, aplicação de ativos e estratégia de mercados emergente do Citi, Dirk Willer, e equipe, em relatório.
Segundo eles, dois sinais de preço recentes contribuíram para a mudança de visão, o S&P 500 ficando abaixo de sua média móvel de 200 dias e o desempenho fraco de ações líderes de mercado. No pregão de ontem, o S&P 500 caiu 2,7%, sua maior queda diária do ano, e o Nasdaq recuou 4%, maior perda diária desde setembro de 2022.
Ações da China: impulso do investimento em IA
O Citi também elevou sua recomendação para as ações da China de neutra para compra. “A China apresenta bons resultados”, embora as tarifas continuem sendo um risco, dizem os economistas. “Há também a possibilidade de chegar a uma resolução nas discussões comerciais com a China, o que seria muito positivo.”
Os economistas do Citi afirmam ainda que os argumentos a favor do setor de tecnologia na China são claros. A empresa DeepSeek provou que a tecnologia chinesa está na fronteira tecnológica ocidental, ou além, apesar dos controles de exportação, seguidos por avanços em IA da Tencent e Alibaba, dizem eles.
Além disso, o presidente Xi Jinping abraçou o setor de tecnologia, ainda que tardiamente, e a tecnologia chinesa ainda é relativamente barata em comparação com outros ativos globais de IA, mesmo após o grande rali.
Por fim, os economistas do Citi revisaram sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês de 4,5% para 4,7% neste ano, em parte devido ao impulso do investimento em IA. As metas fiscais e a previsão ambiciosa de crescimento econômico de 5% apresentadas no Congresso Nacional do Povo vieram dentro do esperado, apontam.
Com informações do Valor Econômico
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