Ibovespa cai 2,5% puxado por Petrobras e setor de turismo

Com o recuo de 2,52% de hoje, o Ibovespa teve sua maior queda diária em três meses

Bolsa de Valores de São Paulo, a B3 (Foto: Rafael Matsunaga/Wikimedia)
Bolsa de Valores de São Paulo, a B3 (Foto: Rafael Matsunaga/Wikimedia)

A semana começa para os mercados como a última havia acabado, com investidores fugindo do risco enquanto mapeiam desdobramentos da invasão da Rússia à Ucrânia. Com o Ibovespa, não foi diferente. Uma das principais preocupações dos agentes no momento é a alta das commodities, nomeadamente o petróleo, em meio à possibilidade de proibição do petróleo russo pelos Estados Unidos e aliados. O movimento levanta questões inflacionárias e, no caso da Petrobras, sobre a manutenção na paridade dos preços dos combustíveis.

O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 2,5%, aos 111.593 pontos. Enquanto o petróleo Brent subiu 4,64%, para US$ 123,59 o barril, a ação preferencial da Petrobras desabou 7,1%, cotada a R$ 31,80. O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a política de preços da estatal. “Se for repassar isso tudo para o preço dos combustíveis, tem que dar aumento de 50%, o que não é admissível”, afirmou.

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Com o recuo de 2,52% de hoje, o Ibovespa teve sua maior queda diária em três meses. A última sessão com retração maior foi em 26 de novembro, quando o índice tombou 3,39%. Naquele dia, o mercado reagia à descoberta da variante ômicron do novo coronavírus.

A disparada do petróleo também explica a forte queda das empresas do setor de turismo, porque o aumento do combustível de aviação deixará mais caro viajar. A ação da Azul perdeu 18%, a da Gol despencou 17% e a da CVC recuou 10,5%;

Até agora, duras sanções econômicas e financeiras à Rússia em resposta ao ataque à Ucrânia foram levantadas, mas um embargo ao fornecimento de energia estava sendo evitado, de modo um completo agravamento da situação. Também pesam nos negócios com petróleo a notícia quanto ao impasse nas negociações sobre o acordo nuclear do Irã, que poderiam liberar o petróleo iraniano aos mercados globais.

Os mercados de commodities foram abalados pelo ataque russo à Ucrânia no mês passado. Um ano atrás, um barril de petróleo era cotado ao redor de US$ 60, tendo encerrado 2021 na faixa de US$ 75. No final de fevereiro, antes de a Rússia lançar seu ataque em grande escala à Ucrânia, o preço estava em torno de US$ 92 e subiu cerca de 35% desde então.

“Neste ínterim, se elevam as incertezas globais quanto à inflação, sendo meros chutes agora quaisquer previsões, desde as mais pessimistas até as mais otimistas e a leitura de dados do passado, como o IPCA no Brasil e o CPI nos EUA esta semana pouco depõem em favor do trade”, escreveram analistas da Infinity Asset. Localmente, a disparada da commodity levanta ainda questões sobre a manutenção da paridade de preços da Petrobras e possíveis problemas fiscais envolvendo a viabilização de subsídios nos preços dos combustíveis para o consumidor final.

Ainda sobre a estatal, Rodolfo Landim, ex-presidente da BR Distribuidora, foi o indicado do controlador para a presidência do conselho de administração da companhia, no lugar do almirante Eduardo Bacellar Ferreira, que pediu para deixar o cargo. Ademais, a empresa assinou com a chinesa CNOOC Petroleum a cessão de 5% de sua participação no contrato de partilha de produção de volume excedente da cessão onerosa para o Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A companhia receberá US$ 2,12 bilhões.

(Com Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico)

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