Marvel: vale a pena investir na produtora do filme Deadpool & Wolverine?

Não é preciso ser nenhum Tony Stark para investir em filmes de super-heróis; saiba como quebrar a quarta parede e investir na produtora

Com um enredo que conta com dois dos maiores personagens da Marvel, o filme Deadpool & Wolverine quebrou recordes de bilheteria por todo o mundo. Tanto que o longa-metragem se tornou o mais visto da companhia nos cinemas e o terceiro mais assistido com classificação para maiores de 18 anos.

Aliás, sabe quanto que rendeu a bilheteria mundial do filme em apenas duas semanas? A bagatela de US$ 824 milhões. Mas, para os fãs da Marvel que gostariam de ultrapassar os investimentos em ingressos de cinema e produtos, será que é possível investir em ações da Marvel?

Como investir na Marvel

Apesar de ter uma administração e produções próprias, a Marvel Entertainment faz parte da The Walt Disney Company, a Disney. Por isso, para investir na Marvel e, consequentemente, nos filmes, deve-se comprar ações da própria Disney (DISB34).

Para os fãs brasileiros, o investimento é feito através das BDRs (Brazilian Depository Receipts), os certificados de depósitos de ações. Mas vale lembrar que, ao investir na Disney (DISB34), você estará destinando seu dinheiro não somente para a Marvel, mas em todas as linhas de atuação da empresa.

Enzo Pacheco, analista de mercados internacionais da Empiricus, explica que isso é importante porque “uma das principais partes do negócio da Disney (DISB34) ainda são as redes de TV tradicionais, que representaram US$ 2,765 bilhões em vendas (-8% vs. 2T23) dos US$ 9,796 bilhões da parte de entretenimento”.

O impacto das Marvel nas ações da Disney (DISB34)

Desse modo, então, a Disney (DISB34) é proprietária de diversas produtoras e redes de televisão, além de vários parques de diversão e linhas de produtos.

No entanto, a companhia não divulga os resultados de seus estúdios individualmente, e isso, infelizmente, o Doutor Estranho também não consegue divulgar. Todas elas ficam agrupadas na seção de negócios de entretenimento, no segmento de Venda/Conteúdo/Licenciamento.

Ainda assim, tal qual a flecha do Gavião Arqueiro, o primeiro passo antes de decidir em investir ou não na Disney (DISB34) é fazer uma análise dos resultados anteriores que a companhia divulgou. Entenda se os números demonstrados são tão fortes quanto o martelo de Thor.

“Essa parte [de entretenimento], no último trimestre divulgado, teve receita de US$ 1,389 bilhão, um valor 40% menor na comparação com o mesmo período do ano anterior. E um prejuízo operacional de US$ 18 milhões (em comparação com lucro operacional de US$ 83 milhões no 2T23)”, explica Enzo Pacheco.

O analista também salienta que recentemente a Disney afirmou que o retorno no investimento na Marvel foi de 3,3 vezes. “Considerando o preço de aquisição em 2009 (na casa dos US$ 4 bilhões), isso significaria um valor de US$ 13,2 bilhões em receitas da franquia para a empresa”, acrescenta.

Investir em entretenimento é uma boa ideia?

Pacheco entende que, por conta dos preços atuais, as ações da Disney (DISB34) são apelativas, em relação ao risco-retorno. Sendo, portanto, interessante para aqueles que têm um horizonte mais alongado de investimento.

Além disso, o investidor precisa ter noção do negócio de entretenimento como um todo. Assim como compreender o mercado de investimentos por si só, e como a empresa pode se beneficiar. Seja lançando um filme de sucesso, como Deadpool e Wolverine, ou criando produtos e/ou experiências para capitalizar mais retorno financeiro.

Deadpool, um dos personagens da Marvel com maiores bilheterias arrecadas.
O personagem Deadpool tem os filmes na lista de maiores bilheterias arrecadas. Divulgação/Marvel

Cuidados ao investir em ativos de entretenimento

Assim como as garras de Wolverine, existem alguns cuidados que os investidores podem acionar ao investir em ativos de entretenimento.

Se o tipo de entretenimento for filmes, oor exemplo, o principal risco, para Pacheco, é a execução. “Se o filme não corresponder com as expectativas, a chance da empresa ter prejuízo (ou até mesmo um lucro pequeno, não condizente com o que se esperava) é grande”, afirma.

Agora, se os tipos de entretenimento forem outros, como hotéis, parques de diversão, entre outros, é necessário entender a qualidade dos ativos. E assim, tomar a melhor decisão que esteja, claro, ligado ao seu perfil de investidor e objetivos futuros.

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