Ações da CSN Mineração (CMIN3) caíram 57% desde o IPO. É hora de investir?
Criada em 2015, com a aquisição da mineradora Namisa, a CSN Mineração (CMIN3) já é considerada a segunda maior do ramo no país, com valor de mercado estimado em R$ 18 bilhões.
Assim, a companhia perde apenas para a Vale (VALE3), terceira maior do planeta (R$ 400 bilhões). Aliás, hoje a companhia tem entre os controladores a CSN (79,75%), Japão Brasil Minério de Ferro (9,26%) e os demais acionistas dividem o restante (11%).
E com reservas certificadas em mais de 3 bilhões de toneladas, de acordo com a Joint Ore Reserves Committee (JORC), a empresa detém as minas de Casa de Pedra e do Engenho, o complexo de beneficiamento do Pires, participação na ferrovia MRS e terminal cativo para exportação de minério de ferro no Porto de Itaguaí (TECAR).
Quando foi o IPO da CMIN3?
A CSN Mineração (CMIN3) teve forte crescimento desde de sua criação. Portanto, em fevereiro de 2021, mesmo em meio à pandemia de covid-19, decidiu vender suas ações no mercado. Ou seja, abrir capital ou “fazer o IPO“.
Apesar do desafio, o negócio movimentou R$ 5,2 bilhões no dia de seu lançamento. Naquele momento, as ações ficaram cotadas em R$ 8,50, com a empresa valendo R$ 48 bilhões. Isto é, quase 170% maior do que o valor atual.
Mas ao longo dos meses, a política de covid zero na China e a guerra na Ucrânia tiveram fortes efeitos sobre a mineradora e a onda virou.
Por exemplo: na cotação do dia 16 de dezembro, os papéis da empresa estavam valendo R$ 3,84, queda de cerca de 55% sobre o preço do IPO de menos de 2 anos atrás. A Vale (VALE3) registrou, considerando as oscilações do preço do minério, uma queda bem menor, 13%.
Como estão as ações da CSN Mineração (CMIN3) hoje?
Vamos, então, ver como está a CSN Mineração atualmente.
O volume de vendas da companhia atingiu 9.095 mil toneladas no terceiro trimestre de 2022, ante 8.183 mil toneladas, quantidade 11% superior em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
No entanto, a CSN registrou receita líquida de R$ 2,5 bilhões, 36% inferior ao mesmo período de 2021, por conta, em grande parte, pelos impactos da queda do preço do minério.
Também no terceiro trimestre, o lucro líquido da CSN Mineração atingiu R$ 514 milhões. Ou seja, uma retração de 37,7% em relação ao trimestre anterior. Além disso, no terceiro trimestre de 2022, as ações da CSN Mineração (CMIN3) registraram queda de 14,3%, enquanto o Ibovespa apresentou valorização de 11,7%.
Boas notícias
Mas uma boa notícia é que a companhia concluiu em outubro a aquisição da Usina Hidrelétrica de Quebra-Queixo. Após esse movimento, a CSN Mineração vai poder capturar os benefícios da autoprodução por meio de uma energia renovável e mais barata.
E outra boa notícia é a expectativa de manutenção do preço do minério nos níveis atuais ou aumento do valor.
O Citibank aumentou sua estimativa em 4,76% a tonelada ao fim de 2023, a US$ 110 a tonelada, elevando também a projeção para o fim do primeiro trimestre do próximo ano em 9%, a US$ 120 a tonelada.
Para o banco, no melhor cenário possível para a commodity, o minério pode chegar a US$ 150 a tonelada no primeiro trimestre de 2023, apoiado em uma reabertura acelerada da China e problemas de produção na Austrália e no Brasil.
Já no pior caso possível, o minério pode ficar em US$ 90 a tonelada, com recuperação mais lenta que o esperado da China.
Até o final de 2024, a commodity deve ficar em US$ 95 a tonelada, e ao final de 2025, deve estar por volta de US$ 85 a tonelada.
Vale a pena investir em CMIN3?
Para Idean Alves, educador financeiro, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, a CSN Mineração (CMIN3) ainda tem muitos desafios frente à sua principal concorrente, a Vale (VALE3).
“Ela [CSN Mineração] precisará fazer muito desembolso de capital para o aumento da capacidade de produção, ganho de escala e eficiência para que possa fazer frente aos grandes players em nível global. Principalmente, quando você olha para o lado e vê a Vale [VALE3] colher frutos dos mesmos drivers de crescimento, como a alta do minério de ferro no ano que vem, e os potenciais estímulos à construção civil na China.”
E, de acordo com Fernando Ferrer, analista da Empiricus, a preferência do investidor no setor de minério no Brasil, ainda é pela Vale. “A Vale tem uma governança melhor que a CSN Mineração (CMIN3). A Vale está pouco endividada, distribuindo muito dividendo e está negociando mais barata”, diz.
Na análise da XP, os números não foram bons no último trimestre, mas houve manutenção no preço alvo de R$ 7,80 por ação, alta de 103% sobre o preço de fechamento de 16/12.
Veja o que informa o relatório da instituição:
“Após esses resultados, as ações tiveram um desempenho muito abaixo de seus pares. Mas negociando a 3x EV/Ebitda 2023E, mantemos nossa recomendação de compra (preço-alvo de R$7,80/ação), e reconhecemos a dificuldade de um catalisador de curto prazo para um re-rating além de uma melhoria na demanda chinesa.”’
Quanto a CSN Mineração (CMIN3) paga de dividendos?
A CSN Mineração (CMIN3) pagou em 2022 R$ 1,763 bilhão em dividendos. Também foi distribuído entre os acionistas R$ 681,754 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP), totalizando R$ 2,44 bi.
Isso significa que, por ação, foi pago R$ 0,32140220542 em dividendos; em JCP, foi de R$ 0,12428670352.
Como comprar ações da CSN Mineração (CMIN3)?
As ações da CSN Mineração (CMIN3) são negociadas na B3 , a Bolsa de Valores brasileira, e são comercializadas sob o ticker (CMIN3).
Portanto, para comprar os papéis você precisa ter conta em corretoras ou distribuidoras de títulos e valores mobiliários cadastradas e autorizadas na B3. Assim, a negociação pode ser feita de forma eletrônica até mesmo por meio de aplicativos em seu celular.
Diversos tutoriais no Youtube ensinam como usar esses aplicativos das corretoras. Aliás, muitos deles com operações de compra e venda de ações sem taxas cobradas por essas empresas. Contudo, se preferir, você também pode contar com os serviços da Mesa de Operações para a execução das suas ordens, ligando para as corretoras.
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