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Dividendos da Petrobras em baixa: é hora de comprar PETR4?
A definição sobre a distribuição dos dividendos da Petrobras será votada nesta quinta-feira (25) na Assembleia Geral Ordinária. A polêmica começou em março, quando foram anunciados R$ 14,2 bilhões em dividendos para o trimestre, um valor dentro do modelo de pagamento mínimo da companhia.
A decisão da estatal de não pagar dividendos extraordinários para acionistas gerou uma queda de R$ 55,3 bilhões no valor de mercado da empresa. Desde a última sexta (19), o mercado ficou ainda mais atento ao tema. O Conselho de Administração da Petrobras informou que irá propor o pagamento de 50% dos dividendos retidos pela estatal em março.
“Me parece cada vez mais claro que o governo não vai ter muita condição de barrar esses dividendos diante de um orçamento cada vez mais apertado. Tanto que ele acabou revisando o arcabouço fiscal para baixo”, ressalta Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Já Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, acredita que, depois de um início de ano turbulento, as perspectivas para a Petrobras estão melhorando. “A recente aprovação pelo Conselho de Administração e pelo presidente Lula da distribuição de 50% dos dividendos extraordinários é um sinal positivo, indicando que a empresa não vê o pagamento como um empecilho para seus planos de investimento”.
O que esperar dos dividendos e das ações da Petrobras
De acordo com Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, a expectativa é que a proposta seja aprovada. Porém, isso não deve ter grandes efeitos nas ações da companhia imediatamente. “Desde meados da semana passada a PETR3/PETR4 já está subindo por conta dos rumores de distribuição desse montante. Ou seja, o mercado já antecipou”, explica. Por outro lado, Ruy destaca que ainda podemos ver desdobramentos positivos ao longo do ano.
PETR4: é hora de comprar ou vender?
“Neste momento temos uma recomendação neutra, pois apesar de gostarmos do momento operacional e da capacidade de geração e caixa, nos múltiplos atuais já vemos o papel bem precificado, dados os riscos de interferências políticas”, ressalta Ruy.
Já Marcelo, da Davos Investimentos, acredita que a expectativa de um yield de 12% a 13% para 2025 é particularmente notável. “Isso supera a média do mercado, o que pode tornar a Petrobras um investimento atraente para aqueles com uma visão de longo prazo”.
O importante, na visão de Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, é estar bem dimensionado no controle de risco. “No final de 2022, um pouco antes do novo governo assumir, ninguém esperava que Petrobras tivesse a performance que teve ao longo do ano. Ela surpreendeu tanto na gestão, que não teve problemas em relação a paridade do preço internacional do petróleo, quanto no pagamento de dividendos”, ressalta.
De acordo com o especialista, olhando por esse ponto, é um bom investimento. “O que pode acontecer daqui para frente ninguém sabe. Pode ser que o governo intervenha ou não. Por isso é tão importante ter bem dimensionado o tamanho da posição na carteira de investimentos”.
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