Investimentos da Petrobras (PETR4) põem dividendos em risco? Relaxe, recomenda o BTG Pactual
Em relatório, banco disse que volatilidade refletiu má comunicação da Petrobras (PETR4), mas que cenário agora é muito melhor do que no passado
Desde o balanço consolidado de 2024, duas semanas atrás, a ação da Petrobras (PETR4) caiu cerca de 10%. Isso refletiu entre outros fatores o receio de que maiores investimentos acabe reduzindo a remuneração que a companhia paga em dividendos aos acionistas.
Para o BTG Pactual, porém, as incertezas ligadas a investimentos foram decorrentes de um problema de comunicação da companhia e não mudam a tese de investimento.
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“A dificuldade de superar traumas geralmente leva a um superdimensionamento de certos riscos”, afirma o documento assinado pelos analistas do BTG Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Pérez.
Na teleconferência de resultados do quarto trimestre, a presidente-executiva da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, explicou que a antecipação de investimentos no período ajudará a adiantar a operação da plataforma do campo de Búzios.
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Consequentemente, a companhia anunciou cerca de US$ 1,6 bilhão em dividendos, bem abaixo do que previa o mercado, ao redor de US$ 2,5 bilhões.
Contudo, Magda indicou que o investimento neste primeiro trimestre de 2025 seria menor, assim como o de todo o ano.
Petrobras poderia se comunicar melhor com o mercado
Para o BTG, esse ruído poderia ter sido evitado.
Primeiro, quando divulgou seu plano de negócios de US$ 111 bilhões para o período 2025-29, em novembro, a estatal não fez referência ao que aconteceria naquele trimestre.
Além disso, três meses antes a empresa cortou a previsão de investimento de 2024 (US$ 18,5 bilhões para US$ 14 bilhões), um movimento que provou ser prematuro.
Ademais, a Petrobras (PETR4) não anunciou nenhuma redução do investimento ou de aceleração da produção para 2025.
Com tudo isso, parte do mercado começou a se lembrar de experiências antigas ruins da petroleira ligadas a investimentos.
Então, ‘a reação de atirar primeiro, perguntar depois, era esperada’, comentou o BTG no relatório.
“O problema com traumas é que eles são difíceis de superar, e entender suas raízes é fundamental para avaliar se eles se sustentam”, afirmaram os analistas.
Assim, na avaliação do BTG, a situação atual difere significativamente dos riscos da última década, com investimentos no exterior e em estruturas de refino.
Desta vez, o aumento dos investimentos irá todo para o negócio principal da Petrobras, especificamente seu campo mais lucrativo, acrescentou o banco.
E não houve menção a nenhum novo projeto em refino ou outras áreas não essenciais no plano da empresa.
Além disso, os principais mecanismos de defesa da governança corporativa da empresa permanecem em vigor, impedindo uma mudança drástica de rota.
Cenário para Petrobras (PETR4) agora é diferente, pondera BTG
Para os analistas, mesmo num cenário mais conservador, os pagamentos de dividendos permanecem altos.
E isso é “sem dúvida a métrica de curto prazo mais importante para reduzir a percepção de risco”, afirmaram eles.
Nas contas dos analistas, a Petrobras (PETR4) deve seguir distribuindo ao redor de US$ 10 bilhões a US$ 11 bilhões em dividendos por ano.
Isso implica um rendimento (dividend yield) de 12% e 14%, respectivamente. Sem contar que, para este ano, esse índice pode chegar a 16%, considerando dividendos extraordinários.
As premissas do BTG tomam como parâmetro um investimento total de US$ 16,65 bilhões neste ano, incluindo arrendamentos.
Adicionalmente, isso considera uma produção de petróleo de 2,3 milhões de barris por dia, com o preço de venda por barril em torno de US$ 70.
Dessa forma, o BTG tem recomendação de compra para PETR4, com preço-alvo de R$ 58 nos próximos 12 meses.
Isso implica uma alta de 67% para sua ação em relação aos preços atuais.
