Dólar abre em queda e cai até R$ 5,01 com exterior; juros têm baixa firme

Os agentes do mercado se mantêm atentos às discussões sobre os subsídios para preços de combustíveis

Os mutual funds investem em ações, títulos de renda fixa, instrumentos de mercado monetário de curto prazo e outros valores mobiliários ou ativos -
Foto: Pixabay
Os mutual funds investem em ações, títulos de renda fixa, instrumentos de mercado monetário de curto prazo e outros valores mobiliários ou ativos - Foto: Pixabay

Na esteira da melhora do sentimento para ativos de risco no exterior, o dólar comercial operava em queda nos primeiros negócios do dia e chegou a cair até o patamar de R$ 5,01 na mínima do dia. Já no mercado de juros futuros, as taxas se ajustavam em baixa firme com o ambiente mais favorável à demanda por risco, enquanto os agentes financeiros monitoravam as discussões sobre medidas para suavizar os preços de combustíveis.

Por volta de 9h40, o dólar comercial diminuía 0,50%, cotado a R$ 5,0283, depois de registrar baixa até R$ 5,0158 na mínima intradiária. No mesmo horário, a divisa americana perdia 1% em relação ao peso mexicano e 0,7% diante do rand sul-africano.

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Nos juros, a taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 caía de 13,06% no ajuste anterior para 12,975%, enquanto a do DI janeiro de 2024 tinha baixa de 12,82% para 12,735%. Em vencimentos mais longos, o juro do DI janeiro de 2025 se reduzia de 12,38% para 12,25%; e a do DI janeiro de 2027 recuava de 12,26% para 12,10%.

O ajuste em queda firme, de 3%, do petróleo nos mercados internacionais pela manhã é pano de fundo para a recuperação dos ativos de risco, após a recente disparada dos preços da commodity em meio à escalada da guerra na Ucrânia. No horário acima, o Brent caía US$ 2,67, para US$ 124,56 por barril na ICE, em Londres.

A melhora no sentimento de risco, que valoriza os índices acionários na Europa e nos Estados Unidos e enfraquece o dólar, o ouro e os preços de bônus soberanos, também se dá um dia após o anúncio de proibições pelos EUA e o Reino Unido das importações de petróleo da Rússia, o terceiro maior produtor do mundo.

As declarações do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, dizendo que não irá insistir no plano de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e admitindo negociar os termos de rendição colocados pelo presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista concedida na segunda-feira à ABC News também contribuem a aliviar temores sobre a extensão do conflito — uma possível entrada da Ucrânia na Otan é uma das razões-chave pelas quais a Rússia invadiu o país vizinho.

“Os mercados financeiros parecem mais calmos nesta quarta-feira, apesar da contínua tragédia na Ucrânia. Parece haver mais foco na diplomacia antes de uma reunião entre os ministros das Relações Exteriores da Ucrânia e da Rússia na Turquia amanhã”, escrevem os analistas do ING Financial Markets, Chris Turner e Francesco Pesole, em relatório, mencionando ainda que os mercados parecem otimistas com um cessar-fogo no país do leste europeu após os comentários de Zelensky sobre a adesão à Otan.

“No entanto, os preços da energia devem permanecer altos à medida que o Ocidente se afasta das exportações russas. Espere que a história de exportação/importação de commodities domine o câmbio”, dizem eles.

Em âmbito doméstico, os agentes do mercado também se mantêm atentos às discussões sobre os subsídios para preços de combustíveis, no momento em que uma política de subsídio temporária com duração de três a seis meses ganha corpo, reporta o Valor.

Nesta quarta-feira, o Senado Federal deve tentar votar dois projetos que buscam solucionar a alta dos preços dos combustíveis. Em meio a essas discussões, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se reúne com o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. De acordo com o BC, a reunião tem como foco “tratar de assuntos governamentais”.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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